Após chegar ao Fluminense sob grande expectativa, o goleiro Diego não conseguiu se firmar na equipe e em três anos de contrato com o Tricolor carioca sofreu com seguidas lesões. Antes disso, o jogador foi um dos destaques do grupo vice-campeão brasileiro e da Libertadores pelo Atlético-PR. Atualmente, longe dos holofotes, o arqueiro tenta retomar a carreira no Leixões de Portugal.
Com dez pontos em doze partidas disputadas, o clube português ocupa apenas a 14ª posição no campeonato nacional. O time faz uma boa campanha dentro de casa, porém sofre longe de seus domínios. Apesar do desempenho irregular da equipe, o goleiro vibra com a série de jogos que vem fazendo e não faz planos para o futuro.
"Tem dado tudo tão certo para mim no sentido de ter uma sequência de jogos, depois de tantas lesões. Essa sequência tem sido muito boa, mas eu agradeço ao Leixões por ter me dado essa oportunidade. Para chegar aqui foi um desafio, eu estou feliz com o que aconteceu. Eu não considero muito o futuro, mas cogito me transferir para um grande clube europeu", afirmou, por telefone ao GLOBOESPORTE.COM
Antes de chegar ao Leixões, Diego teve uma rápida passagem pelo Santo André. Porém a concorrência com Neneca, que foi um dos destaques da equipe na campanha de acesso do Ramalhão à elite em 2008, fez com que o goleiro aceitasse o convite português. Até a última temporada, o goleiro teve uma passagem de três anos pelo Fluminense, período em que lamenta as constantes lesões.
"Na época do Atlético-PR, eu só havia vivido o lado bom do futebol. Depois disso, no Fluminense, tive problemas com as constantes lesões. No Furacão, conquistei título estadual, vice-brasileiro, e um segundo lugar na Libertadores. Lá foi meu auge, falavam até de seleção. No Fluminense, fiquei muito tempo no departamento médico. Não houve problema de relacionamento, era um grupo que se respeitava muito. Porém, aconteceram constantes trocas de treinador. Mas atribuo essa falta de sequência às lesões que tive afirmou o goleiro, de 30 anos."
No Atlético-PR, o goleiro conquistou os resultados mais expressivos da sua carreira. Mas foi em 2005, seu último ano no Rubro-Negro, que Diego guarda as suas melhores lembranças. Além do título estadual, o arqueiro foi peça fundamental do Furacão na campanha do vice na Libertadores. Contra o Cerro Porteño, pelas oitavas de final, o jogador saiu como herói ao defender a última cobrança da disputa de pênaltis. Em seguida, o clube paranaense bateu o Santos, que no ano anterior havia tirado o título brasileiro da Arena da Baixada na reta final da competição. No entanto, a partida que mais marcou o atleta foi contra o Chivas pelas semifinais.
"No Atlético-PR, foi um ano mágico. Primeiro ganhamos o paranaense em cima do Coritiba nos pênaltis. Depois, com o Lopes na Libertadores, foi uma campanha maravilhosa. Ganhamos do Cerro Porteño nas oitavas, comigo pegando o quinto pênalti na Arena. Na semifinal foi o auge, enfrentamos o Chivas e eles tinham seis titulares da seleção do México. Vencemos na Arena por 3 a 0. E na volta, no México, com mais de 80 mil pessoas empatamos por 2 a 2. Foi o melhor jogo da minha vida, me marcou. Levamos uma pressão muito grande no inicio, a torcida estava entusiasmada."
Após passar pelo Chivas, o Atlético-PR estava há duas partidas do que poderia ser o título mais importante da sua história. Com o São Paulo pela frente, o Furacão teve que decidir a Libertadores longe da sua casa. A Conmebol transferiu o primeiro duelo para o Beira-Rio porque a Arena da Baixada não tinha capacidade acima de 40 mil, como determinava o regulamento. Resultado: 1 a 1 no jogo de ida, e 4 a 0 para o Tricolor paulista, na volta, no Morumbi. Diego lamenta a mudança do local da decisão e acredita que o final poderia ter sido outro caso o Rubro-Negro tivesse jogado em seu estádio.
"A final contra São Paulo foi uma das maiores injustiças. Nos tiraram do nosso estádio, mesmo com a diretoria fazendo obras (arquibancadas tubulares). Isso afetou o apoio da nossa torcida, mesmo assim enchemos o Beira Rio. Teria sido diferente se tivesse fosse na Arena" afirmou.
Além do Atlético-PR, Diego guarda boas lembranças do Juventude, clube em que iniciou a carreira em 99 e ficou até 2002. Na temporada em questão temporada, o atleta se destacou como um dos melhores goleiros do país. O goleiro afirma ter carinho semelhante pelas duas equipes e só lamenta o rebaixamento do time de Caxias do Sul para a Série C.
"Eu coloco Atlético-PR e Juventude no mesmo patamar. O carinho que os torcedores desses clubes me davam. O respeito que eles tinham por mim. Só fico muito triste com o rebaixamento do Juventude. Sempre considerei Caxias a minha casa, fiz questão de criar meus filhos lá. O Juventude abriu as portas pra mim, sou grato ao clube, mas quem sabe é bom para o clube se reestruturar e para voltar a Série A, que é o lugar dele."
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