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Violência

Árbitros são os principais alvos

Casos de agressão não são no­­vi­­­dade no futebol amador pa­­ra­­naense.

A mistura de falta de po­­liciamento e ânimos exaltados dos torcedores costuma dar em confusão. Os árbitros são os principais alvos. Há dois anos, os homens do apito chegaram a cruzar os braços depois que um trio de arbitragem foi agredido em um jogo da Série B da Suburbana. Um dos auxiliares sofreu traumatismo craniano. Em agosto passado, outro trio foi agredido em um jogo de juniores entre Novo Mundo e Calisto.

"Infelizmente, o quadro policial é insuficiente e não tem como atender aos jogos. Não há como evitar confusão e também não há como ficar sem competição. Isso já ocorre há alguns anos e os árbitros ficam expostos", diz o presidente da Associação de Árbitros do Paraná, José Renê Stavinski.

A Polícia Militar, por meio da assessoria de imprensa, informou que os duelos do futebol amador são policiados pelos batalhões de cada área da cidade. Segundo a corporação, cabe à Federação Paranaense de Futebol solicitar aumento de efetivo em jogos com mais torcida. O diretor de futebol amador da FPF, Nelson Ugolini, disse que a entidade "trabalha para garantir a segurança em todos os jogos". (AR)

Uma confusão entre torcedores e jogadores ameaça a continuidade da fase final da Suburbana, o torneio de futebol amador da capital.

A segunda partida da semifinal do torneio, entre Urano e Trieste, foi cancelada no sábado por causa de falta de segurança no estádio do Urano, no bairro Xaxim.

Quatro jogadores do Trieste te­­riam sido agredidos logo depois de chegar ao local do jogo. "A delegação teve de passar por um corredor para ir ao vestiário e, neste mo­­men­­to, houve a agressão. Nós decidimos que não íamos jogar e o ár­­bitro também não quis começar a partida", conta o diretor geral do Trieste, Lauro Ferro.

O árbitro da partida, José Men­­donça, confirmou à reportagem que não havia condições de a partida ocorrer. "Houve falta de policiamento e, consequentemente, falta de se­­­gu­­rança no local."

Cerca de 800 pessoas estavam no estádio. "Havia uma grande aglomeração, não tinha segurança particular e não houve revista pessoal em ninguém. Então é necessário mais cautela mesmo", conta o sargento da Polícia Militar, Jef­­ferson Kühle, que estava no local.

Ainda segundo ele, quatro policiais estiveram na praça esportiva do Xaxim. Depois, outros dois foram chamados para ajudar na escolta ao Trieste.

O presidente do Urano, Elias Martins, nega qualquer tipo de violência aos atletas adversários. Ele diz que tudo não passou de uma pressão "normal". "No primeiro jogo da semi, um jogador deles fez um gesto obsceno para a nossa torcida. Ele tinha de ter pedido desculpas, não fez isso, então todos foram vaiados. É pressão típica de jogo. Eles consideraram isso uma ameaça, ficaram com medo."

A Federação Paranaense de Fu­­tebol (FPF) garante que haverá um novo jogo entre as duas equipes, mas ainda não definiu se o Urano será punido ou não com a perda de mando de campo. Data e local de um novo duelo são uma incógnita. Por en­­quanto o Tribunal de Justiça Des­­por­­tiva (TJD) não foi acionado.

Os dirigentes do Trieste se recusam a voltar à casa do adversário. "Vamos ver qual é a decisão da Federação, mas pretendemos pedir a interdição do estádio deles e podemos até pedir a exclusão do clube", garante Ferro.

"Na verdade, foi um WO deles [do Trieste]. Vamos esperar a definição, mas não tenho medo de nenhuma punição. Vamos jogar onde for preciso", rebate o presidente do Urano.

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