“Ainda podemos sonhar, continuamos na briga”

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A derrota por 2 a 0 para o Figueirense no fim de semana e a perda de uma posição na classificação – o Paraná agora é o sexto com 51 pontos – não abalaram o técnico Luiz Carlos Barbieri. O treinador continua apostando na inédita (e histórica) classificação do Tricolor para a Libertadores. "Muitas surpresas ainda acontecerão neste campeonato. Pode estar certo disso", afirmou.

A confiança é a mesma que demonstrou quando assumiu o time, logo após o tropeço diante do São Paulo em Maringá por 4 a 0. Nem a estréia com três derrotas seguidas tiraram o ânimo de Barbieri. O técnico sabia que a chegada de reforços faria o Paraná se reencontrar com as vitórias. Deu certo. A equipe se reorganizou e voltou a flertar com o topo da tabela. "Eu confio muito nesse elenco. O time é forte e vai chegar", disse.

O substituto de Lori Sandri conversou ontem, por telefone, com a reportagem da Gazeta do Povo, enquanto aproveitava seu último dia de folga na casa da sua mãe, em Balneário Camboriú (SC). Hoje, em dois períodos, na Vila Capanema, o treinador inicia o planejamento para o jogo contra o líder Corinthians, sábado, no Pacaembu.

Gazeta do Povo – O Paraná vinha de três vitórias seguidas – sobre Coritiba, Atlético-MG e Fluminense – e a derrota diante do Figueirense, um dos últimos colocados, surpreendeu. Tem uma explicação para o tropeço?

Barbieri – Foi um jogo atípico. O resultado foi a conseqüência do que o time produziu em campo. Fomos muito mal. Erramos muitos passes e não valorizamos a posse de bola, problemas que pareciam resolvidos.

– Você foi bastante criticado por improvisar na esquerda o lateral-direito Parral.

– Eu não tinha outra opção. Iria testar o Aderaldo, mas com a lesão do Marcos, perdi essa alternativa. Mesmo improvisado, eu acho que o Parral foi bem. Não foi por isso que o Paraná perdeu.

– O que o resultado pode atrapalhar a campanha do time no Brasileiro?

– Dentro daquilo que a gente planeja, o resultado foi ruim. Mas ainda podemos sonhar. Estamos na briga.

– Sonhar com a Libertadores?

– Estamos três pontos atrás do Fluminense, que é o quarto colocado e o último time que se classificaria para a Libertadores hoje. Ainda dá. Temos dez jogos e o sonho continua bem vivo.

– Qual análise faz da chegada dos reforços que você pediu assim que chegou ao clube?

– O Paraná se transformou com os reforços. O elenco se fortaleceu. O grupo era pequeno e, por causa das lesões e suspensões, eu estava com problemas até para montar o banco. Por isso voltamos a vencer.

– Qual a sua posição sobre a anulação e a repetição dos 11 jogos apitados pelo Edílson Pereira de Carvalho? O Paraná foi prejudicado ou beneficiado?

– Como não tivemos jogos anulados, não alterou nada. Mas quem teve de jogar de novo foi prejudicado. Não gostei da medida do STJD. O campeonato perdeu a credibilidade. Os árbitros estão assustados e errando mais. Lá na frente a tendência é que tenhamos ainda mais problemas. Eu tenho certeza de que as equipes que forem rebaixadas irão apelar até para a Justiça Comum.

– E a história de que a mídia nacional despreza o Paraná.

– É verdade. Veja só: foi só o Fluminense virar o jogo contra o Botafogo (3 a 2) para o fuzuê em torno deles voltar. Daí a gente ganha desse mesmo time por 6 a 1 e ninguém fala nada. Esse desprezo nos estimula muito.

– O time tem uma pedreira pela frente na próxima rodada, o líder Corinthians em um Pacaembu lotado. Dá para vencer o principal favorito para conquistar o Brasileiro?

– Precisamos dessa vitória. Nós vamos surpreender muita gente nesse jogo. Nada melhor do que você ganhar do time que já é considerado o campeão por muita gente.

Tricolores

Enfermaria – Recuperado de lesão muscular na coxa esquerda, o lateral-esquerdo Edinho enfrenta o Corinthians. "Estou melhor e vou jogar sábado", garantiu. Outra boa notícia é a melhora do zagueiro Marcos. O jogador não sente mais dores na coxa e fará tratamento intensivo para encarar o Timão. Suspenso, Daniel Marques é o único desfalque na equipe.

Retorno – Após cumprir suspensão contra o Figueirense, o volante Mário César entra no lugar do capitão Beto, que, chateado, volta à reserva. "Eu procuro fazer o que é melhor para a equipe. Não tem motivos para mudar. Por isso o Mário será titular", explicou Barbieri.