Ao caminhar pelo aeroporto e entrar no setor de embarque internacional, no início da noite de hoje, as meninas do clube Duque de Caxias, de Curitiba, vão sentir um misto de alívio e expectativa. O destino das garotas é a Áustria, aonde vão disputar o título do Mundial Interclubes de Punhobol.
Pela quinta vez nos últimos seis anos, elas chegam à principal disputa entre clubes da modalidade. O histórico de sucesso, porém, não garantiu vida fácil às jogadoras do time que, neste ano, perderam a verba do Bolsa-Atleta agora ainda mais concentrada em esportes olímpicos. Pouco mais de um mês antes do início do Mundial, elas ainda corriam atrás de patrocínio para ajudar a bancar os custos da viagem e conviviam com a incerteza sobre a participação no torneio.
"Conseguimos os recursos apenas há cerca de três semanas", conta Angela Melo, levantadora do time de punhobol, esporte precursor do vôlei, mas disputado em grama. "Mandamos propostas de patrocínio para todas as empresas que tínhamos contato. Mostramos as nossas conquistas, o projeto social para introduzir o punhobol dentro das escolas e deu certo", completa a batedora espécie de atacante da equipe, Tatiane Schneider.
A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) aceitou o projeto e topou patrocinar a equipe com pouco mais de R$ 13 mil. Esse recurso, somado ao dinheiro obtido pelo clube e pelas próprias jogadoras, garantiu a presença do Duque no Mundial.
Passado o sufoco financeiro pré-viagem, o foco agora está na conquista do tricampeonato mundial. O título tem um significado especial. Assim como a antiga taça Jules Rimet no futebol, o troféu do torneio interclubes de punhobol é rotativo. Apenas quem conquistar o campeonato três vezes pode ficar com a taça em definitivo, o que nunca ocorreu desde 1997, quando o interclubes feminino passou a ser disputado. O Duque, que já venceu a disputa em 2007 e 2009, tem a chance de conseguir o feito.
"Todas as dificuldades nos deixam mais fortes. A conquista definitiva do troféu é inédita em nível mundial e vai ser muito importante para o clube e para a modalidade", diz o coordenador de punhobol do Duque de Caxias, José Roberto Vinharski.
Outra motivação extra para o clube é a revanche. Em 2010, as meninas curitibanas, atuais campeãs sul-americanas, perderam o tri para as mesmas adversárias que vão enfrentar neste ano: o Union Arnreit, da Áustria, campeão europeu. Mesmo com uma delegação reduzida, de sete atletas o ideal seria dez as brasileiras acreditam que podem fazer frente às austríacas e voltar para Curitiba com a taça na bagagem.
"É o time mais forte que enfrentei em 11 anos que estou no punhobol", lembra Angela. "Ano passado, tivemos a chance e perdemos. A ansiedade é grande pelo reencontro, mas conhecemos as meninas de lá e acredito que sabemos como ganhar", afirma Tatiane.
As duas equipes vão se enfrentar duas vezes, no sábado e no domingo.
As partidas serão em melhor de sete sets, de 11 pontos cada um. Caso cada time, vença um jogo, um set decisivo de desempate será realizado para definir o campeão mundial de clubes.
STF terá Bolsonaro, bets, redes sociais, Uber e outros temas na pauta em 2025
Estado é incapaz de resolver hiato da infraestrutura no país
Ser “trad” é a nova “trend”? Celebridades ‘conservadoras’ ganham os holofotes
PCC: corrupção policial por organizações mafiosas é a ponta do iceberg de infiltração no Estado
Deixe sua opinião