Angela Melo, José Roberto Vinharski e Tatiane Schneider exibem as passagens para a Áustria: alívio| Foto: Adriane Baldini

Ao caminhar pelo aeroporto e entrar no setor de embarque internacional, no início da noite de hoje, as meninas do clube Duque de Caxias, de Curitiba, vão sentir um misto de alívio e expectativa. O destino das garotas é a Áustria, aonde vão disputar o título do Mundial Interclubes de Punhobol.

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Pela quinta vez nos últimos seis anos, elas chegam à principal disputa entre clubes da modalidade. O histórico de sucesso, porém, não garantiu vida fácil às jogadoras do time que, neste ano, perderam a verba do Bolsa-Atleta – agora ainda mais concentrada em esportes olímpicos. Pouco mais de um mês antes do início do Mundial, elas ainda corriam atrás de patrocínio para ajudar a bancar os custos da viagem e conviviam com a incerteza sobre a participação no torneio.

"Conseguimos os recursos apenas há cerca de três semanas", conta Angela Melo, levantadora do time de punhobol, esporte precursor do vôlei, mas disputado em grama. "Manda­­mos propostas de patrocínio para todas as empresas que tínhamos contato. Mostramos as nossas conquistas, o projeto social para introduzir o punhobol dentro das escolas e deu certo", completa a batedora – espécie de atacante – da equipe, Tatiane Schneider.

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A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) aceitou o projeto e topou patrocinar a equipe com pouco mais de R$ 13 mil. Esse recurso, somado ao dinheiro obtido pelo clube e pelas próprias jogadoras, garantiu a presença do Duque no Mundial.

Passado o sufoco financeiro pré-viagem, o foco agora está na conquista do tricampeonato mundial. O título tem um significado especial. Assim como a antiga taça Jules Rimet no futebol, o troféu do torneio interclubes de punhobol é rotativo. Apenas quem conquistar o campeonato três vezes pode ficar com a taça em definitivo, o que nunca ocorreu desde 1997, quando o interclubes feminino passou a ser disputado. O Duque, que já venceu a disputa em 2007 e 2009, tem a chance de conseguir o feito.

"Todas as dificuldades nos deixam mais fortes. A conquista definitiva do troféu é inédita em nível mundial e vai ser muito importante para o clube e para a modalidade", diz o coordenador de punhobol do Duque de Ca­­xias, José Roberto Vinharski.

Outra motivação extra para o clube é a revanche. Em 2010, as meninas curitibanas, atuais campeãs sul-americanas, perderam o tri para as mesmas adversárias que vão enfrentar neste ano: o Union Arnreit, da Áustria, campeão europeu. Mesmo com uma delegação reduzida, de sete atletas – o ideal seria dez – as brasileiras acreditam que podem fazer frente às austríacas e voltar para Curitiba com a taça na bagagem.

"É o time mais forte que enfrentei em 11 anos que estou no punhobol", lembra Angela. "Ano passado, tivemos a chance e perdemos. A ansiedade é grande pelo reencontro, mas conhecemos as meninas de lá e acredito que sabemos como ganhar", afirma Tatiane.

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As duas equipes vão se en­­frentar duas vezes, no sábado e no domingo.

As partidas serão em me­­lhor de sete sets, de 11 pontos cada um. Caso cada time, vença um jogo, um set decisivo de desempate será realizado para definir o campeão mundial de clubes.