| Foto: Albari Rosa, enviado especial/Gazeta do Povo

Diário da final

Recepção

Assim que chegou ao hotel em Copacabana, o técnico do Coritiba, Marcelo Oliveira, foi recepcionado por Caio Júnior, treinador do Botafogo (foto acima). O alvinegro mora no hotel em que o Coxa está hospedado para a partida de hoje à noite.

Voo animado

A viagem entre Campinas e o Rio de Janeiro foi de muita "resenha" para o elenco coxa-branca. Antes de levantar voo, os jogadores conversavam alto e atrapalharam a aeromoça que fazia a explicação das medidas de segurança. Ela, então, soltou: "Sou torcedora do Atlético, mas vou torcer para vocês", disse.

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Fala, professor

"Os jogadores são muito conscientes e profis­sio­nais. Certamen­te eles têm o entendimento do quanto vale essa decisão para a torcida. Não chegamos por acaso e vamos lutar muito."

Marcelo Oliveira, técnico do Coritiba.

"A história do Vasco fala mais alto que esse jejum [sem título desde 2003]. A responsabilidade é a mesma [do que se viesse de conquistas]. Se tivés­­semos ganhado três títu­­los, teríamos que ganhar o quarto. É assim em um clube de tradição."

Ricardo Gomes, técnico do Vasco.

Rio de Janeiro - O estádio vascaíno, local onde hoje acontece a primeira parte da decisão da Copa do Brasil entre Vasco e Coritiba, não tem relação alguma com São Ja­­nuário – o santo italiano morto por perseguidores no ano 305 d.C. Ao contrário do Bispo de Nápoles, bondoso e sábio, a casa do Alvinegro carioca não costuma ser receptiva com visitantes. Algo que os clubes paranaenses, inclusive o Coxa, sabem muito bem.

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O histórico do alçapão do Gigante da Colina não mente. Algumas empreitadas paranaenses por lá não trazem boas recordações. O Alviverde sofreu na pele em 2003. Perdeu o jogo e ainda teve o ônibus invadido e atletas agredidos por integrantes de uma organizada vascaína.

INFOGRÁFICO: Veja o estilo de jogo das duas equipes e de seus jogadores

No ano seguinte, o Atlético poderia vencer o Brasileirão na casa luso-brasileira. Sofreu uma pressão monstruosa das arquibancadas e viu o título começar a escapar. Aliás, o Rubro-Negro nunca venceu no estádio.

Para o Paraná, as lembranças são ainda piores. Em 2007, foi rebaixado para a Série B jogando no campo de São Januário. Sete anos antes, viu o então presidente do Vasco, Eurico Miran­­da, invadir o gramado para criticar o árbitro Paulo César Oli­­veira.

Apesar da troca de comando no clube carioca – Roberto Dinamite, o atual presidente prometeu uma conduta oposta a de seu antecessor –, São Januário ainda apresenta marcas da era Miranda. A pressão de todos os lados é a maior delas.

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A experiência, no entanto, é a fórmula para que o apoio das arquibancadas não faça efeito sobre o Coxa. "Já joguei lá pelo Inter e pelo Vitória, no ano passado. Como o Couto Pereira é um caldeirão, lá também é. Temos jogadores experientes para neutralizar essa pressão e passar tranquilidade para os mais novos", diz o lateral-direito Jonas.

"Acredito que um grande número de torcedores ajuda o time da casa, porém não atrapalha o adversário. Ao menos não me atrapalhou quando eu jogava", contemporiza o técnico Marcelo Oliveira.

A capital fluminense e o próprio estádio de São Januário, no entanto, também trazem bons fluidos ao Coritiba. Foi no Rio de Janeiro, em 1985, que o Alviverde bateu o Bangu e levou seu único título do Brasileiro. No próprio reduto do Vasco, contra o Duque de Caxias, no ano passado, o Alviverde selou o retorno à elite do futebol brasileiro. Na primeira decisão do Alviverde em São Januário, o desejo é de repetir a mais recente memória do estádio para que, na próxima quarta-feira, o Couto faça a diferença.

"A pressão vai estar nos dois lados porque vai ser uma grande final. Quem errar menos já pode se considerar com a taça na mão", afirma o atacante Bill, apostando em um bom resultado para decidir em casa. "No Couto teremos a torcida do nosso lado para a decisão", completou Oliveira.