| Foto: Henry Milléo / Gazeta do Povo

O meia Alex, do Coritiba, é um dos líderes do Bom Senso Futebol Clube, movimento criado por jogadores para lutar por um calendário mais justo no futebol brasileiro. Um dos fatores que motivou a criação do grupo foi a fraca atuação do sindicato que representa os atletas. Em entrevista ao programa Bola da Vez, veiculado na ESPN Brasil na noite da última terça-feira, o camisa 10 criticou a omissão da entidade que, segundo ele, lavou as mãos diante do apertado calendário programado pela CBF para 2014.

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O jogador ainda disse que o objetivo do Bom Senso FC não é ser um inimigo da CBF e contou que alguns jogadores se recusaram a participar do manifesto. Confira alguns trechos da entrevista:

A criação do Bom Senso FCAlex conta que ideia veio depois de uma conversa entre ele, Juan (Internacional), D’Alessandro (Internacional) e Paulo André (Corinthians). Após o lançamento do calendário do futebol brasileiro para 2014 – com uma menor pré-temporada em razão da Copa do Mundo –, os atletas resolveram lançar um manifesto. O movimento ganhou força com a adesão de mais jogadores.

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"Após o lançamento do calendário, o sindicato lavou as mãos dizendo que não havia mais o que ser discutido com a CBF. Esse grupo de jogadores resolveu fazer um manifesto e passar para a imprensa para ver se, desta forma, o pessoal que comanda o futebol nos atende e o produto futebol passa a ser tratado de maneira melhor", disse.

Críticas ao sindicato"Eu nunca precisei do sindicato". Assim Alex define sua relação com a entidade. Para ele, a atitude do vice-presidente da Federação Nacional dos Atletas Profissionais, Alfredo Sampaio, com relação aos acontecimentos recentes reforçam a descrença que os atletas tem na instituição e na sua representatividade.

"Não gostei do que o sindicato fez conosco". Eles nos procuraram com a proposta da CBF. Nós pedimos um tempo para dar a resposta. Três dias depois, a CBF lançou o calendário e, logo em seguida, o sindicato lançou uma nota lavando as mãos. Ainda brinquei que parecia Pilatos na história de Jesus Cristo. Foi a única vez que eu tive uma relação com o sindicato e a posição deles neste momento não me agradou", contou.

Choque com a CBFAlex destacou três propostas pelas quais o Bom Senso FC pretende lutar: a diminuição de datas no calendário, férias de 30 dias aos atletas e três semanas de pré-temporada antes do início das competições

"Quando nós olhamos para isso [as propostas], a gente não enxerga um choque [com a CBF]. Queremos na verdade é agregar. Queremos que o futebol brasileiro melhore num contexto geral. Assim, todo mundo ganha", afirmou.

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Negativa de atletasPerguntado se existiram atletas que se recusaram a participar do movimento, Alex afirmou que escutou negativas, mas considera que não houve pressão para estes ficarem quietos. "Tiveram vários jogadores no meio do caminho que, por razões que a gente respeita, de alguma forma não quiseram participar. Mas isso não foi um problema. Vários setores da sociedade foram às ruas no Brasil [recentemente], então juntar jogadores foi até uma tarefa tranquila", disse.

Ao falar da carreira, Alex citou as frustrações com a seleção brasileira e disse que ainda não sabe o que vai fazer após a aposentadoria.

Seleção Alex diz que a sua não convocação para a Copa do Mundo de 2002 não lhe causa qualquer sentimento negativo, ao contrário da derrota nas Olimpíadas de Sydney, em 2000. Segundo ele, a relação com Felipão, o atual técnico da seleção brasileira, é boa e os dois tem conversado por conta da realização da biografia do meia alviverde.

"Olho para trás e vejo que Dirceu Lopes jogou 30 vezes mais que eu e não foi a uma Copa do Mundo. A minha frustração com a seleção são os Jogos Olímpicos de 2000, que eu estive lá. Eu tive a condição de participar, de fazer as coisas diferentes. O Brasil tinha um bom time. Poderíamos ter ido mais longe", lamentou, lembrando do time comandado por Vanderlei Luxemburgo que caiu nas quartas de final.

Futuro Questionado sobre o que fará após a aposentadoria, Alex afirmou não ter planos certos para o seu pós-carreira. Mas admite que ser técnico está entre as possibilidades. "É possível. Mas não é uma coisa que eu defini ainda na minha cabeça", disse.

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