| Foto: Daniel Castellano, enviado especial/ Gazeta do Povo

Quase devoção. O capixaba Alison, 26 anos, lamentou não ter conseguido dar ao companheiro de time o tão sonhado ouro e, com a medalha de prata no peito, mostrou, com declarações de amizade, que um dos pontos fortes da dupla formada há três anos é a união. "Não é só meu parceiro. É meu irmão", resumiu.

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O sentimento é tão forte, diz, que ainda tenta demover o veterano da ideia de não competir na Olimpíada no Rio, em 2016. "Aprendi muito com todos os dias com ele. Que quando se acha que não dá, na verdade dá. Que quando o jogo está perdido, não está. Esse cara confiou muito em mim há três anos [quando a dupla foi formada] e, se eu pudesse, emprestaria mais três anos de vida para ele, para estarmos juntos no Rio de Janeiro", disse.

O Mamute, como é conhecido, afirmou, inclusive, que o único plano daqui para frente é seguir jogando ao lado de Emanuel enquanto o curitibano quiser competir nas areia. "Quero, agora, aproveitar essa medalha, aproveitar todos os dias ao lado dele. Não abro mão de um ano do próximo ciclo olímpico. Formamos o time há três anos. Ele acabou de prova que o ciclo olímpico é de três e não quatro anos", disse, durante a entrevista coletiva, em que ambos foram às lagrimas pelas frases trocadas. A resposta foi em relação ao fato de que, se Emanuel realmente não optar por disputar vaga para os Jogos de 2016, não teria de buscar outro parceiro já em 2013.

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Juntos, os dois ocupam a vice-liderança do ranking mundial, são os atuais campeões do Mundo e ouro nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Se Alison credita os feitos às qualidades do "mestre", o paranaense devolve os elogios. "O Alison mostrou grande vontade de ser diferente sempre buscou ser o que é hoje. O poder dele é a vontade, o grande prazer de ser vitorioso. Essa decisão, essa vontade me alimenta. Ele se mostrou um campeão. E quando você tem um campeão ao lado, é um vencedor também", comentou.

Alison conta que começou a jogar vôlei de praia inspirado nos títulos de Emanuel e destacou a carreira do companheiro de time. "Ele é uma lenda, tem três medalhas nos Jogos, cinco Olimpíadas, merece todo o respeito do mundo. Um exemplo para atletas de qualquer modalidade. Se todos pudessem se espelhar no Emanuel, teríamos mais atletas medalhistas", afirmou.