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Neymar comemora  fim do tormento pessoal: antes do golaço de ontem, meia ficou 845 minutos sem balançar a rede | Albari Rosa, enviado especial / Gazeta do Povo
Neymar comemora fim do tormento pessoal: antes do golaço de ontem, meia ficou 845 minutos sem balançar a rede| Foto: Albari Rosa, enviado especial / Gazeta do Povo

Vaia

A presidente Dilma Rousseff foi vaiada na abertura da Copa das Confederações, no Estádio Nacional de Brasília (Mané Garrincha). Na tribuna, ela fez um breve pronunciamento, declarando aberta oficialmente a competição. Diante dos apupos, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, que estava ao lado de Dilma na tribuna e também fez um pronunciamento, chegou a pedir educação aos torcedores. "Amigos do futebol brasileiro, onde está o respeito e o fair play, por favor?", disse o dirigente suíço, aumentando o constrangimento do momento. Dilma foi vaiada duas vezes pelo público, quando foi anunciada oficialmente e quando foi citada por Blatter.

Três minutos. Pouco tempo, o suficiente para Neymar se livrar do jejum de gols que o atormentava há nove partidas – sete pelo Santos, duas pelo Brasil – e turbinava as críticas a seu futebol apagado com a amarelinha.

Pressão aliviada com um golaço logo na estreia da Copa das Confederações. Esbanjando estilo, o atacante pegou de primeira a ajeitada de Fred e entupiu o ângulo esquerdo do goleiro Kawashima, que saltou só pra sair na foto: 1 a 0.

Aos 21 anos, este foi o 21.º tento do atleta pelo escrete nacional, o 173.º na carreira, fundamental para abrir o caminho do triunfo verde e amarelo por 3 a 0 sobre o Japão, ontem, em Brasília.

"[Estou] muito feliz por tudo que aconteceu, pela partida. Não só minha como da equipe, que vem crescendo no conjunto e aí as individualidades aparecem. Dedico a vitória à família, pais, irmãos, filho, namorada, todos que fazem parte da minha vida", desabafou Neymar, eleito o destaque do cotejo.

A secura durou exatamente 845 minutos. Caso o ex-santista não marcasse até os 7 minutos da etapa final, seria o maior tempo sem estufar as redes de sua trajetória. Uma eternidade para o jogador mais caro da Copa das Confederações – avaliado em R$ 191 milhões, ou 27 vezes o valor da seleção do Taiti – e nova estrela da constelação do Barcelona.

Apesar da alegria relâmpago – importante também para desafogar o nervosismo do time inteiro e a expectativa da torcida que encheu o Estádio Nacional –, o jaqueta 10 ainda não mostrou o potencial que detém. Atuando mais centralizado do que se acostumou no Peixe, sumiu em alguns períodos do jogo.

Individualmente, fez jus ao status que ostenta somente em outra oportunidade. Já com Paulinho tendo anotado 2 a 0, logo após a volta do intervalo, o topetudo partiu pela direita e desmoralizou Atsuto Machida, passando o pé sobre a bola, fintando e lançando Oscar em profundidade.

Em seguida, o avante sentiu uma pequena lesão nas costas, nada que preocupe. Contente com o esforço e a redenção da principal esperança canarinho, Luiz Felipe Scolari decidiu poupá-lo, realizando a troca por Lucas, aos 27. Como era de se esperar, o técnico ouviu vaias que só não foram maiores pela entrada em campo de outro queridinho da galera e ídolo das meninas. Mais tarde, Jô aumentaria: 3 a 0.

"Eu já disse, o Neymar é um grande jogador. Em um ou outro momento pode não estar bem, mas faz a diferença", elogiou Scolari. A atuação arrancou aplausos até de Vicente Del Bosque, comandante da Espanha, rival do Brasil na disputa e país onde Neymar terá de provar a sua categoria em breve. "Foi um golaço. Ele e a seleção não poderiam ter começado melhor", declarou.

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