A Espanha é o país do momento na Fórmula 1. A exemplo do que já foram Itália, Inglaterra, França, Brasil e Alemanha, a terra de Fernando Alonso, um herói nacional, é onde mais se fala da categoria de elite do automobilismo. E é esse imenso interesse que levou a Comunidade de Valência a investir alto para realizar uma segunda corrida na Espanha.
A razão pelo boom da Fórmula 1 na Espanha não é outra senão o sucesso de Alonso, campeão do mundo em 2005 e 2006, ainda que neste ano enfrente dificuldades com a pouca competitividade do carro da Renault. "Sim, estou orgulhoso de termos um segundo GP, é algo que não esperava há três ou quatro anos. Não podemos esquecer que em 2003 as provas nem sequer eram transmitidas ao vivo pela TV espanhola", disse o asturiano.
Ontem, ele parece ter visado a dar um pouco de esperança a seus milhões de fãs, ao estabelecer o segundo tempo do dia, 1min39s497. O mais veloz foi Kimi Raikkonen, da Ferrari, com 1min 39s477. Felipe Massa ficou em quarto lugar, atrás da Honda de Jenson Button, mas à frente das McLaren de Lewis Hamilton, quinto colocado, e Heikki Kovalainen, sexto.
"Agora temos milhares de torcedores até nos testes, arquibancadas cheias nas duas provas e estou no meio dessa mudança, o que me deixa feliz", afirmou Alonso. Mas os homens de negócio de Valência celebram ainda mais o que a cidade está assistindo desde quinta-feira. Comunicado da União Hoteleira local expressava sua satisfação com o ocupação, agora, de 100% da capacidade hoteleira para compensar "o mau verão". A queda de turistas foi de 6,3% em relação a julho de 2007. Os cerca de 300 mil turistas estimados pela Federação Empresarial Hoteleira nesse período da prova vão gerar um impacto de 70 milhões de euros na economia local.
Fernando Roig Alonso, quase xará do piloto e presidente da empresa Valmor Sports, responsável pela promoção e organização do evento e também do Villarreal, clube de futebol , adiantou ter comercializado "pouco mais de 100 mil ingressos", e disse que a estréia de Valência no calendário do Mundial "já é um sucesso". Lembrou, ainda, que, mesmo concorrendo com a cerimônia de encerramento da Olimpíada de Pequim, às 9 horas (de Brasília) de amanhã, o GP da Europa será assistido por cerca de 597 milhões de telespectadores.
"É um grande negócio para a cidade, sem dúvida, mas seria melhor ainda se mais gente da população tivesse acesso, o que não é possível cobrando-se 200 euros pela entrada mais econômica", comenta, com certa revolta, o motorista de táxi Carlos Urban.
A estimativa da Tele 5 e da TV 3, as emissoras que vão transmitir hoje o treino de classificação, a partir da 9 horas (de Brasília), é de que 8 milhões de pessoas estejam diante da TV na Espanha, ou impressionantes 20% da população.
Sobre a competição, Felipe Massa comentou: "Começamos bem". A respeito de ficar atrás de Raikkonen, o que há muito não ocorria, deu sua explicação: "Numa pista nova como essa, a cada instante os tempos melhoram".
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