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Cingapura - Assim que Stefano Domeni­­cali, diretor geral da Ferrari, praticamente confirmou, do­­mingo, em Cingapura, que a equipe vai anunciar Fernando Alonso nos próximos dias, o clima no time italiano projetando a temporada de 2010 passou a ser assunto de conversas entre pilotos, técnicos, dirigentes e jornalistas. A convivência de Alonso com outro piloto veloz, capaz e de sangue latino e quente como o de Felipe Massa po­­de ser "explosiva", acredita muita gente.

A imprensa da Itália já pu­­bli­­cou, ontem, que na próxima quinta-feira, em Suzuka, onde será disputado domingo o GP do Japão, a Ferrari confirma a realização de um sonho: contar com Alonso, campeão do mundo de 2005 e 2006 e, como diz Domeni­cali, em oposição a seu antecessor, Jean Todt, "um pi­­loto com a cara da Ferrari, por sua gana de conquistas".

Todt chamou Alonso de "de­­sonesto" por ter feito um acordo com a Ferrari e, depois de tudo acertado, em 2001, mi­­grou para o lado de Flavio Bria­­tore, então diretor da Renault e empresário de piloto. "Nós não queremos ser segundo piloto. E com Alonso na equipe o outro piloto não tem chance", disse Daniele Morelli, empresário de Robert Kubica, da BMW, em Cingapura. "Se Alonso sair nós entregamos o contrato assinado para a Renault", afirmou.

O anúncio de Kubica com os franceses deve ser simultâneo ao de Alonso. A declaração dá bem o tom de como a Fórmula 1 vê o asturiano: competência extrema, mas que necessita a equipe gravitando ao seu redor para produzir o que sabe. Na Ferrari será assim? É o que se questiona.

"Vivemos nova realidade. Não há preferências na Ferrari", garantiu Domenicali ainda antes de o campeonato começar. Cumpriu com isenção exemplar este ano e o passado também. Portanto, se Alonso pensa que os italianos trabalharão como a Renault, terá de rever a expectativa. E aí podem começar os problemas da Fer­­rari. "Se Alonso iniciar o próximo campeonato perdendo para Massa, será o inferno", comentou uma fonte da McLaren.

Em 2007, Alonso e Lewis Hamilton compartilharam a McLaren. O espanhol perdeu algumas disputas para o jovem inglês e passou a acusar a McLa­­ren de favorecê-lo. E tal qual o piloto inglês na McLaren, Massa tem excepcional ambiente na Ferrari. Está lá desde 2003, como piloto de testes, e ao lado de Michael Schumacher, desde 2006, mostrou notável evolução, a ponto de não ser campeão, no ano passado, por um ponto.

Massa em Abu Dabi

Além da escuderia ao seu la­­do, Massa tem outra liderança forte de verdade para defendê-lo: Schumacher. O alemão se refere a Massa como "o irmão mais jovem". E, se Alonso e Schu­­ma­cher nunca brigaram para valer, o histórico do relacionamento de ambos jamais foi também dos mais afetuosos.

"Para quem já foi companheiro de Michael Schumacher, o mais completo piloto que vi, não tenho problema em dividir a equipe com ninguém", disse Massa, que, em breve, pilotará kart visando regressar às pistas no GP de Abu Dabi, o último do calendário, no dia 1.º de no­­vembro – ontem, ele deu seis voltas de kart na Granja Vianna, em São Paulo.

Mas, mesmo cheio de confiança e contando com o mesmo apoio dado pela equipe a Alonso, seu desafio será dos maiores: o espanhol é considerado o melhor piloto depois do surgimento de do alemão Michael Schumacher, em 1991.

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