Alta rotatividade do elenco cria desafio no Tricolor

• 0

O Paraná tem como meta vencer 6 dos 11 jogos no segundo turno para escapar do rebaixamento do Estadual. Um grande desafio para quem ganhou apenas uma partida na primeira parte do torneio. E que piora à medida em que o clube ainda busca uma escalação ideal. A alta rotatividade do elenco, com praticamente uma estreia por rodada, desarranjou a preparação física da equipe e contribuiu para a pífia campanha no turno.

Os números são impressionantes. Para 13 partidas disputadas entre o Paranaense e a Copa do Brasil, o Tricolor teve 31 titulares diferentes. Ao todo, foram usados 36 atletas. "Chegou para a gente neste ano um grupo bem heterogêneo", desabafa o preparador físico Marcos Walczak.

Dessa extensa lista, que to­­taliza mais de três times in­­tei­­ros, 23 jogadores foram frutos de contratações para a temporada. Oito desses "reforços" já foram dispensados. "Temos de contornar isso. Fizemos todas as avaliações durante a pré-temporada e temos um controle diário para sabermos balancear o potencial físico dos atletas", explica Walczak.

O cuidado diário é vital para que o novo grupo vingue, principalmente porque novas peças foram acrescentadas ao grupo já durante o campeonato. Um complicador na luta da preparação física em dar uma unidade a todo o plantel. Em 12 de seus 13 jogos oficiais de 2011, o Tricolor estreou pelo me­­nos um jogador na equipe titular. A rotina deve continuar no próximo domingo com o meia-atacante Kerlon vestindo a camisa do time pela primeira vez, diante do Corinthians-PR, no Ecoestádio.

Em meio a tantas dificuldades, ter uma semana inteira dedicada apenas aos treinos foi motivo de comemoração da comissão técnica. "Desen­­vol­­ve­­mos um trabalho de força muscular para conseguir dar um suporte para que os jogadores aguentem pelo menos mais três semanas de trabalho em um bom nível", conta o preparador físico. "Desde o início do campeonato, não tínhamos tido um tempo bom para o treinamento. Estávamos fazendo o trabalho nas brechas que so­­bravam entre as partidas", completa.

Apesar da saudade da bola, a semana sem jogos é tida como oportunidade para mostrar serviço ao técnico Ricardo Pin­­to. "É bom estarmos treinando bastante para o professor ver o nosso trabalho de perto mais vezes", diz o atacante Diego.

O volante Anderson, um dos "caçulas" do elenco – foi apresentado há dez dias –, também viu com bons olhos o período de treinos. "Não conseguimos trabalhar muito com os jogos no meio da semana. En­­tão, esse tempo foi produtivo e deu para colocar muita coisa no eixo", garante o jogador.

Diante dos treinos intensos, até as tardes livres para o elenco, como a de ontem, são ocupadas de alguma maneira com a profissão. "A folga é importante para dar uma espairecida, mas não podemos esquecer de descansar bastante, porque no outro dia tem mais trabalho", lembra o volante.