O amistoso com a Inglaterra na reabertura do Maracanã, hoje, às 16 horas, é um marco na trajetória do Brasil para a Copa do Mundo de 2014. Daqui até a bola rolar no Mundial, pouco ou quase nada mudará na equipe de Luiz Felipe Scolari. Convicção amparada no histórico de convocações da seleção brasileira. Dos atletas chamados para as Copas das Confederações a partir de 1997 quando a competição passou a ser jogada exatamente um ano antes do evento principal , em média 71% permaneceram.
Na Copa do Mundo da África do Sul, em 2010, a taxa de sobrevivência atingiu o recorde. Dunga manteve 78% dos atletas que empurraram o Brasil ao tricampeonato do torneio preparatório. Quatro anos antes, o aproveitamento alcançou seu menor índice. Com o atual coordenador-técnico Carlos Alberto Parreira no comando, 60,8% dos jogadores seguiram no grupo entre a Copa das Confederações, em 2005, e a Copa da Alemanha, em 2006. Voltando ainda mais no tempo, 75% repetiram a convocação para o Mundial na França, em 1998.
Há nesta lógica de manutenção de boa parte do elenco apenas uma exceção. Na disputa que precedeu a Copa da Coreia do Sul e do Japão, em 2002, Émerson Leão formou um conjunto completamente renovado, com nomes que causaram surpresa.
Caiu nas semifinais, diante da França, e ainda perdeu o terceiro lugar para a inexpressiva Austrália. O fracasso derrubou o ex-goleiro. E, com a seleção em crise, Felipão corrigiu a rota que culminou no pentacampeonato utilizando apenas quatro peças herdadas do antecessor.
O caráter de vestibular definitivo para o Mundial é evidente entre os jogadores. "Em 2004 eu joguei a Copa América, com uma seleção taxada como B, porque alguns jogadores considerados medalhões ficaram de fora. Lá consegui carimbar meu passaporte. Essa Copa das Confederações vai ter o mesmo peso", avalia o goleiro Júlio César, do inglês Queens Park Rangers.
Caso o Brasil alcance a decisão, atletas e comissão técnica ficarão reunidos na concentração ao longo de um mês. Tempo precioso para cavar uma vaga para daqui a um ano.
"Jogando ou não, o Felipão avalia muito. De horário, disciplina, do dia a dia. Ele busca um grupo ideal. Aqueles que foram convocados já saem na frente para estar na Copa do Mundo", complementa o dono da camisa 1 verde e amarela.
Outro ponto reforça, ainda mais, essa tendência. Sem as Eliminatórias para experimentar jogadores e formações táticas, na condição de país-anfitrião, a Copa das Confederações é mesmo o grande desafio da seleção.
O cenário favorável, entretanto, não permite que os jogadores respirem aliviados, com a certeza de que ouvirão seu nome no anúncio que para o país de quatro em quatro anos. Como os técnicos não cansam de repetir, "o grupo não está fechado".
"Ainda tem um ano pela frente e o futebol muda muito. Estou feliz de integrar o grupo. Mas precisamos ficar focados, trabalhar com regularidade para permanecer", ressalta o também goleiro Diego Cavalieri, do Fluminense.
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