Rio O caso Rebeca Gusmão ganhou um capítulo novo e bombástico ontem. Uma análise de DNA, feita a partir de duas das quatro amostras colhidas pela nadadora durante os Jogos Pan-Americanos do Rio, em julho, revelou que houve fraude no exame da nadadora. Segundo o brasileiro Eduardo de Rose, presidente da Comissão Médica da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa), o resultado demonstra que as amostras examinadas como sendo de Rebeca Gusmão "pertencem a diferentes doadores", de acordo um relatório do laboratório Sonda, assinado pelo próprio De Rose e outros dois médicos.
Eduardo de Rose informou que Rebeca Gusmão será julgada pelo Comitê Executivo da Odepa, provavelmente na próxima semana. Ainda de acordo com o médico, a comprovação de duplicidade de amostras para um mesmo atleta já configura doping, e nesse caso a punição é a máxima prevista em lei, dois anos de suspensão.
"Isso (o relatório do laboratório Sonda) é a prova que temos, agora a atleta vai apresentar sua defesa, as suas provas, e a Odepa vai julgar", declarou Eduardo de Rose, por telefone.
Em nota oficial divulgada ontem, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) divulgou detalhes dos polêmicos exames antidoping feitos pela nadadora durante os Jogos Pan-Americanos do Rio, em julho. A entidade revela a íntegra de um comunicado expedido pelo laboratório Ladetec, do Rio de Janeiro, que põe sob suspeita os quatro testes a que Rebeca se submeteu no Pan.
"Caso os resultados sejam do mesmo atleta, os valores das quatro amostras são atípicos, mas várias urinas encontram-se muito diluídas. Portanto, foram declaradas negativas", diz um trecho do relatório enviado pelo Ladetec à CBDA na última segunda-feira.
"As amostras de urina são como impressões digitais. A partir delas, eu posso saber várias coisas de um atleta, o que chamamos de perfil hormonal. Se em quatro amostras, três têm um perfil e uma apresenta outro perfil diferente, por exemplo, eu posso suspeitar que são de doadores diferentes", explicou Eduardo de Rose.
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