Angola pretende eliminar os insurgentes responsáveis pela morte de dois membros da delegação togolesa de futebol, e perseguir os rebeldes que vivem no exterior, disse à Reuters um ministro do governo nesta segunda-feira (11).
A Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC), pequena remanescente do grupo que luta há 30 anos para se tornar independente de Angola, é comandada de Paris por seu presidente N'Zita Tiago. Acredita-se que alguns rebeldes operam desde a República do Congo até o norte de Cabinda.
"Queremos um mandado de prisão internacional para capturar os responsáveis por incentivarem esse ataque", disse em entrevista Antonio Bento Bembe, ex-rebelde que hoje é ministro encarregado dos Assuntos de Cabinda e da FLEC.
Bento Bembe disse que o motorista do ônibus sobreviveu ao ataque e está fora de perigo. Ele disse que Tiago deveria ser detido.
"N'Zita Tiago tem ligações com os responsáveis pelo ataque terrorista e deve ser preso. Estamos falando de um grupo de criminosos que querem espalhar terror, medo e insegurança", explicou.
Autoridades angolanas já prenderam duas pessoas que teriam participado do ataque de sexta-feira (8) ao ônibus com a delegação togolesa, que estava a caminho de Cabinda para a Copa Africana das Nações.
Bento Bembe disse que um dos detentos era da República do Congo, e pediu ajuda desse país e da República Democrática do Congo.
"Pedimos a todos os países que nos ajudem a capturar os responsáveis pela atrocidade", disse ele. "Não ficaremos de braços cruzados diante dessa ameaça. É nossa obrigação fazer o que pudermos para trazer essas pessoas à Justiça".
Em comunicado publicado em jornais de Kinshasa, o porta-voz do governo congolês Lambert Mende disse que a República Democrática do Congo -- cujo território separa a Angola de Cabinda -- agora reconhece a FLEC como "organização terrorista" e iria remover de seus membros o status de refugiados.
Bento Bembe disse que Angola garantia a ausência de qualquer ataque futuro durante a Copa Africana das Nações, a maior competição de futebol no continente, e que as companhias de petróleo operantes em Cabinda estavam seguras.
Cabinda produz cerca de metade do petróleo de Angola em poços costeiros operados pela Chevron, Exxon e Total, entre outras. Angola disputa com a Nigéria o posto de maior produtor petroleiro da África.
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