Neymar é um dos astros novatos de Mano Menezes, que em 2011 ganharão a companhia de jogadores mais rodados como Kaká, Júlio César, Lúcio ou Maicon| Foto: Mike Segar/Reuters

Opinião

Adriana Brum, repórter.

Bem mais que um anti-Dunga

Em seus primeiros seis meses como técnico da seleção brasileira, Mano Menezes recebeu todo o apoio e compreensão da imprensa, da torcida, dos jogadores. Tudo porque soube mostrar-se melhor em pontos nos quais seu antecessor, Dunga, falhou.

Mas em 2011 Mano tem de provar que é mais que o ex-técnico. A seleção terá pela frente um ano de compromissos importantíssimos. Até mesmo os amistosos têm peso maior do que os disputados nos anos da Era Dunga. Pela frente, França, Alemanha, Holanda. E a Copa América.

Até aqui Mano Menezes mostrou-se mais hábil no convívio com a imprensa do que Dunga, agradou ao pregar "a volta do futebol arte" em oposição à prioridade em defender. Agradou ao chamar Neymar e Ronaldinho Gaúcho, o que Dunga se negou a fazer.

Mas Mano deve lembrar que agradar gregos e troianos não é tarefa fácil. O gol de Messi, que selou a derrota para a Argentina no último amistoso, mostra que nem só de arte o futebol brasileiro poderá sobreviver. Não será surpresa se optar por formações mais defensivas para, assim como em 2007, chegar à final e vencer o primeiro grande evento pós-Copa do Mundo, a Copa América.

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"Estamos no caminho certo em relação à nova seleção brasileira". A definição é de Mano Menezes, o técnico que ganhou, após uma tentativa frustrada da CBF de contratar Muricy Ramalho, a missão de liderar o time na Copa de 2014, no Brasil.

Bem mais do que os resultados pós-Dunga (três vitórias e uma derrota), por caminho certo leia-se a reestruturação da equipe. A fórmula combina astros novatos, como Ney­­mar e Paulo Henrique Ganso, com a experiência de ex-líderes da própria seleção.

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Mano já chamou Ronaldinho Gaúcho (atuação discreta na derrota por 1 a 0 para a Argentina, em no­­vembro). E deu a entender que, tão logo volte a atuar pelo Real Madrid, Kaká terá o mesmo tratamento. "Há uma possibilidade grande. Só precisamos esperar para ver como as coisas vão acontecer na sua volta", disse o técnico ao portal Terra. Júlio César, Maicon e Lúcio, todos da Inter de Milão, também seguem nos planos.

Depois da peneirada, que confirmou nomes como Thiago Silva (Mi­­lan), David Luiz (Benfica) e Alexandre Pato (Milan), os "velhinhos" reaparecem com a missão de dar rodagem ao time – e ajudar Mano a se consolidar no comando.

O primeiro compromisso oficial da nova seleção será a Copa Amé­­ri­­ca, em julho. Como o Brasil não precisa disputar as Eliminatórias por ser sede da próxima Copa, o torneio se tornou o grande desafio. Missão encardida. Para confirmar a supremacia regional, emendando a quinta conquista em seis edições, a equipe precisa superar a dona da casa Argentina, sedenta por um título. Maiores vencedores da competição, com 14 troféus (ao lado do Uruguai), os hermanos não dão qualquer volta olímpica desde 1993. "Vamos analisar se teremos mais dois ou três retornos. A tentativa é dar mais consistência e rodagem para essa competição. Assim oscilamos menos", explicou o treinador.

Para completar a preparação, Mano cobrou da CBF amistosos contra adversários de peso. Foi atendido. Em fevereiro o time vai a Paris encarar a França. Em junho, um mês antes da Copa América, receberá a Holanda. Em agosto o adversário será a Alemanha, em Stuttgart. Por fim, em dezembro, novo duelo com a Ar­­gen­­tina, na ressurreição da antiga Co­­pa Roca.

Neto tentará se manter no grupo

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Entre os jogadores de times paranaenses, Neto, goleiro do Atlético, é o único em evidência. Aos 21 anos, ele foi chamado para três dos quatro amistosos após a Copa. Mantendo o ritmo, deve ir à Olimpíada de 2012 – caso a seleção sub-20 garanta a vaga no Sul-Americano do Peru, entre janeiro e fevereiro.

Revelado pelo extinto J. Malu­­celli (atual Corinthians-PR), o vo­­­­­lante Jucilei também tem sido convocado. Ele, aliás, apareceu nacionalmente com Mano, no Corinthians. Adriano Cor­­reia (Barcelona) e Henrique (Racing San­­tander), ambos ex-Coritiba, Giulia­­no (Inter), ex-Paraná, além de Nilmar (Villarreal) e Pato (Milan), que nasceram no Paraná, também já foram chamados. Pato, inclusive, é o artilheiro da nova seleção, com três gols.