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Marcelo Araujo, Diego Alves e Wagner Gomes fazem o trabalho duro na pré-temporada de Foz do Iguaçu | Cristhian Rizzi/ Gazeta do Povo
Marcelo Araujo, Diego Alves e Wagner Gomes fazem o trabalho duro na pré-temporada de Foz do Iguaçu| Foto: Cristhian Rizzi/ Gazeta do Povo

Eles não aparecem no noticiário, não dão autógrafo, não são reconhecidos nas ruas, mas são as pessoas que fazem o trabalho mais pe­­­­­­sado na pré-temporada do Cori­­tiba em Foz do Iguaçu. Tudo sob um sol de 40°C. O estafe de infraestrutura coxa-branca, com quatro funcionários, tem a função de deixar tudo preparado para que os jo­­gadores se preocupem apenas em treinar e descansar. E não é fácil.

O clube trouxe, por exemplo, cerca de oito toneladas de material para a fronteira. "Muito mais do que no ano passado. Tanto que o ôni­­bus não bastou. Precisamos de um furgão a mais", conta o roupeiro Fabiano Gavazzoni, o único cu­­jo trabalho não permite que acompanhe os treinamentos.

Para cada período de treino, o vai e vem de material é constante. "Nós saímos com 100 litros de água, 45 litros de isotônico, 20 quilos de gelo e entre 500 a 600 quilos de material de rouparia por período", diz o massagista Marcelo Araú­­­­jo, que já perdeu dois quilos desde que chegou a Foz, há dez dias. "Tudo pesa. No calor, dobra o trabalho", completa o roupeiro Die­­go Alves. "Mas se você faz com amor, vale a pena sempre", garante o massagista Vagner Gomes.

Como se todo este trabalho braçal não bastasse, os treinos de ma­­nhã e de tarde fazem com que estes funcionários do clube trabalhem em três períodos. "Somos os pri­­mei­ros a acordar e os últimos a dor­­mir. Fazemos tudo o possível para que os jogadores façam o que sa­­bem", garante Alves. "Eu acordo às 6 horas e vou dormir à meia-noite todo dia", assume Gavazzoni.

Mas nem todo este esforço faz os quatro reclamarem. O fato de não aparecerem fica em segundo plano diante do objetivo do grupo coritibano nesta pré-temporada. "O alicerce está sendo montado agora para colhermos os frutos o ano todo", diz acreditar Araújo.

"Você faz parte de uma equipe. É um orgulho", garante Alves. "Nós somos o cérebro. Para que o corpo possa aparecer, o cérebro tem de pensar. Quando eles en­­tram em campo, nós também estamos entrando", completa.

Em um grupo de cerca de 50 pessoas, as brincadeiras e apelidos deixam o dia mais leve. Al­­ves é o Curiri, o Monge ou até um novo integrante do Big Bro­­ther. Já Gomes é o Galão. "Isso é sacanagem dos caras. Eu não gosto de chamar ninguém por apelido e não gosto que me chamem também", avisa o massagista. Indignação que arranca risadas dos companheiros. "É uma alegria trabalhar com es­­tes caras. É melhor do que stand up", finaliza Alves, um dos carregadores de piano do Coxa.

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