O Chelsea carece de um jogador especial, que faça a diferença dentro do campo, disse o treinador Luiz Felipe Scolari, recém-demitido do time inglês, à revista France Football.
A entrevista foi concedida apenas quatro dias antes da demissão de Felipão, na segunda-feira, como consequência dos maus resultados após sete meses no cargo.
"No Chelsea, não temos um jogador que possa se diferenciar e fazer algo mágico no campo", disse o brasileiro, na entrevista publicada na sexta-feira. "Robinho (do Manchester City) teria sido esse jogador. Ele não tem medo de driblar, de assumir riscos."
"(O Chelsea) é um time burocrático. Esse é o estilo dos meus jogadores. Por isso Robinho teria nos feito tanto bem."
Até a temporada passada, esse jogador "diferenciado" no Chelsea era Didier Drogba. Mas Felipão rejeitou a ideia de que pudesse manter essa função. "Com a minha equipe, é muito difícil jogar com Drogba. Com Drogba e Anelka na frente, quem poderia jogar nas laterais? E no meio? Então tenho de escolher entre Drogba e Anelka."
"Drogba está sem confiança no momento. Depois de duas ou três grandes lesões, ainda está faltando alguma coisa. Por enquanto, está ainda abaixo do ideal."
Campeão mundial pelo Brasil em 2002, Felipão disse sentir falta do relacionamento especial que tinha com os jogadores da seleção portuguesa, seu emprego anterior.
"No campo, as relações com os meus jogadores são boas. Mas é verdade que não são as mesmas (relações) que eu tinha com o time de Portugal. Passei cinco anos ali."
"No Brasil também é mais simples, sei tudo dos meus jogadores", prosseguiu. "Aqui, não tenho uma relação familiar. Tudo está dentro do campo. Fora do campo, não há nada."
Felipão, que foi substituído por Guus Hiddink, também insinuou que o capitão John Terry estaria isolado dentro do Chelsea. "Eu o apoiei, é claro. E tenho certeza de que dois ou três outros jogadores poderiam dizer o mesmo."
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