A histórica derrota que o Brasil sofreu para a Venezuela por 2 a 0, em junho, em um amistoso em Boston, fez com que o discurso de parte dos jogadores que se apresentaram ontem na Granja Comary, em Teresópolis, fosse inimaginável alguns anos atrás: elogios e respeito excessivo aos venezuelanos, que "já mostraram que não são mais aqueles bobos de antigamente".
"Aquela derrota serve para nos mostrar que não vai ser fácil. Antigamente, quando se jogava Brasil e Venezuela, era fácil, se falava em cinco, seis gols de diferença. Hoje não tem como prever isso. É só dar uma olhada e ver como o futebol venezuelano cresceu", disse o goleiro Júlio César.
O Brasil se prepara para enfrentar a Venezuela no domingo, em San Cristóbal, e a Colômbia, na próxima quarta-feira, no Maracanã, em mais duas rodadas das Eliminatórias. Se vencer os dois jogos, pode até assumir a liderança, desde que o Paraguai não vença os seus duelos. Segundo os atletas, porém, antes é preciso vencer os complicados adversários.
Mas será que é tão complicado assim? A Venezuela é o saco de pancadas histórico da seleção brasileira. Em Eliminatórias, nenhum time perdeu tanto e levou tantos gols em 12 jogos foram 12 vitórias, com 45 gols marcados e só um sofrido. "Antigamente o Brasil jogava mal, mas conseguia vencer", analisou o lateral-direito Daniel Alves.
Ao afirmar que o futebol venezuelano cresceu, os brasileiros devem ter analisado o retrospecto de melhora em goleadas sofridas. Porque no ranking da Fifa, por exemplo, a Venezuela segue como a pior da América do Sul. Participação em Copas do Mundo segue sendo um sonho distante, apesar do apoio do presidente Hugo Chávez, que gosta de futebol e colocou muito dinheiro na realização da Copa América do ano passado.
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