Kaká retorna à seleção após um afastamento de 11 meses. Clichê “não existe mais bobo no futebol” vira o lema dos brasileiros.| Foto: Antonio Scorza/AFP

A histórica derrota que o Brasil sofreu para a Venezuela por 2 a 0, em junho, em um amistoso em Boston, fez com que o discurso de parte dos jogadores que se apresentaram ontem na Granja Comary, em Teresópolis, fosse inimaginável alguns anos atrás: elogios e respeito excessivo aos venezuelanos, que "já mostraram que não são mais aqueles bobos de antigamente".

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"Aquela derrota serve para nos mostrar que não vai ser fácil. Antigamente, quando se jogava Brasil e Venezuela, era fácil, se falava em cinco, seis gols de diferença. Hoje não tem como prever isso. É só dar uma olhada e ver como o futebol venezuelano cresceu", disse o goleiro Júlio César.

O Brasil se prepara para enfrentar a Venezuela no domingo, em San Cristóbal, e a Colômbia, na próxima quarta-feira, no Maracanã, em mais duas rodadas das Eliminatórias. Se vencer os dois jogos, pode até assumir a liderança, desde que o Paraguai não vença os seus duelos. Segundo os atletas, porém, antes é preciso vencer os complicados adversários.

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Mas será que é tão complicado assim? A Venezuela é o saco de pancadas histórico da seleção brasileira. Em Eliminatórias, nenhum time perdeu tanto e levou tantos gols – em 12 jogos foram 12 vitórias, com 45 gols marcados e só um sofrido. "Antigamente o Brasil jogava mal, mas conseguia vencer", analisou o lateral-direito Daniel Alves.

Ao afirmar que o futebol venezuelano cresceu, os brasileiros devem ter analisado o retrospecto de melhora em goleadas sofridas. Porque no ranking da Fifa, por exemplo, a Venezuela segue como a pior da América do Sul. Participação em Copas do Mundo segue sendo um sonho distante, apesar do apoio do presidente Hugo Chávez, que gosta de futebol e colocou muito dinheiro na realização da Copa América do ano passado.