Jorge Luis Pinto, técnico da Costa Rica, usa simpatia para ganhar torcida| Foto: Michael Dalder/ Reuters

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Técnico pede atenção com ‘mergulhos’ de Robben

O treinador da Costa Rica, Jorge Luis Pinto, admitiu que teme as quedas do atacante holandês Robben dentro da área. O comandante dos Ticos cobrou atenção máxima do árbitro do jogo de hoje, o uzbeque Ravshan Irmatov, para não ser enganado pelo jogador.

No começo da semana, o atleta pediu desculpas e admitiu que tentou cavar um pênalti no primeiro tempo do duelo contra o México, nas oitavas de final. O lance que causou polêmica na partida, no entanto, veio nos acréscimos da etapa final, quando o juiz marcou uma penalidade sobre o holandês. Os mexicanos reclamaram que, mais uma vez, ele simulou a falta. A Holanda acabou vencendo a partida por 2 a 1.

"Quero ser categórico e pedir a Fifa e aos árbitros que não caiam nesses erros. É preciso estar de olho nessas jogadas com o Robben", pediu. "Ele está entre os melhores do mundo, mas seria mais lógico ele ter sido punido por fingir nesse tipo de lance", reforçou o treinador da equipe latina.

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A favorita Holanda e a sensação Costa Rica decidem hoje, às 17 horas, em Salvador, a última vaga na semifinal da Copa. No banco de reservas, dois técnicos com perfis opostos: o rabugento Louis Van Gaal contra o carismático Jorge Luis Pinto.

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O treinador holandês é um dos mais valorizados do Mundial. Ostenta um salário anual de R$ 6,1 milhões – diante de R$ 925 mil de Pinto. Em campo, ele viu a Laranja vencer os quatro jogos no torneio. No entanto, arrancar um sorriso de Van Gaal é uma missão árdua. O hobbie preferido dele é reclamar.

Nesta Copa, o técnico já criticou as arbitragens, o calor e até contestou a posição do banco de reservas no Beira-Rio, em Porto Alegre – muito baixo, segundo ele. No caso mais polêmico, disparou contra a Fifa pelo fato de os jogos da última rodada do grupo da Holanda terem sido realizados antes das partidas da chave do Brasil, o que, em teoria, favoreceu os donos da casa. Felipão se irritou. "Ou essa pessoa é burra ou mal intencionada", respondeu o comandante brasileiro.

Van Gaal também não gosta da obrigatoriedade de um jogador dar entrevista na véspera dos jogos. Por isso, ele costuma levar atletas que não vão atuar para falar. Ontem, por exemplo, o lesionado volante De Jong foi o escolhido. "A Fifa, em sua sabedoria máxima, exige a presença de um jogador e eu acho que o foco deve ser o treinamento", defende.

Do lado costarriquenho, Jorge Luis Pinto passa longe de ser antipático. Com 1,65m, é o "baixinho gente boa". O técnico, que estudou em São Paulo na década de 70, não esconde o carinho pelo Brasil. Ele diz que já torceu pelo time verde-amarelo em várias Copas. "Chorei com a derrota para a Itália em 82", conta.

Não demorou para ele virar um dos mais assediados na seleção. Na última terça, em Santos, ele tentou dar uma escapadinha para ir ao banco. Não teve sucesso. Ao colocar o pé na rua, logo foi cercado por fãs.

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Hoje, na Fonte Nova, o apoio dos brasileiros será para os Ticos. "Esperamos sentir o calor da torcida no estádio e vamos retribuir com um futebol alegre, bem disputado", diz o técnico, otimista em eliminar os carrascos brasileiros de 2010.