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Discreta no quadro de medalhas nos primeiros dias de competição, Cuba vai engrenar no Pan-Americano de Guadalajara a partir de hoje – sexto dia de evento, quando começam as disputas do beisebol e das lutas olímpicas.

Mesmo fora dos três primeiros lugares e já sem ser a máquina esportiva dos anos 80-90, os caribenhos não podem ser subestimados. E o calendário dos Jogos lhes favorece. O cronograma pró-cubanos tem ainda o boxe (a partir de amanhã) e o atletismo (domingo).

No geral, o país da América Central estará presente em 28 dos 40 esportes. Ao todo, disputa 250 ouros. E calcula vencer 20% deste total (ao menos 50 primeiros lugares). No começo da competição, o remo e o ciclismo renderam à delegação seis vitórias.

Como o Pan é considerado o principal compromisso do esporte na terra de Fidel Castro, a delegação veio ao México com o que tem de melhor entre os seus 442 atletas.

Eles têm a missão de fazer com que a ilha termine o evento no segundo lugar geral – fato que se repete desde 1971, com exceção a 1991, quando organizaram a competição, superaram os EUA e foram campeões.

"Durante o congresso técnico [ontem], conversei com o treinador do time cubano, Pedro Garcia, sobre o mau começo de seu país nos Jogos. Ele me disse justamente que amanhã [hoje] começa a virada deles e que querem 52 medalhas douradas", conta o técnico da seleção brasileira de lutas, Roberto Leitão.

Em 2007, Cuba ficou com metade dos 18 ouros na disputa da modalidade. Este ano, a principal estrela cubana no Pan é o medalhista olímpico na luta greco-romana Mijain Lopez.

"A seleção atual é bem mais jovem da que foi muito bem no Pan do Rio. Está em fase de renovação", conta o jornalista cubano Lemay Pardon.

No atletismo, a legião comunista apresenta a maior equipe de sua delegação, com 65 atletas. A ideia, ao menos, é repetir os 12 primeiros lugares obtidos no Rio. Os destaques são o ouro olímpico em Pequim (2008) Daryon Robles, recordista nos 110 m com barreiras, e a bicampeã mundial do salto triplo, Yargelis Savigne.

Outra aposta de muitas medalhas é no judô (com início na quarta-feira), em que têm vasta história de títulos internacionais, especialmente no feminino.

Os brasileiros garantem que podem barrá-los em Guadalajara. "Eles vêm com força máxima, mas nós também. No Pan-Americano da modalidade, em abril, aqui no México, fomos campeões geral [14 medalhas, três de ouro], à frente deles", diz o coordenador técnico da seleção brasileira, Ney Wilson.

O boxe, do campeão mundial Roniel Iglesias (meio-médio ligeiro), também é pódio certo para a ilha. Na Olimpíada de Pe­­quim, Cuba amealhou quatro bronzes e quatro pratas.

Os lutadores dos estilos livre e gre­­co-romano, um time com seis medalhistas mundiais, abrem ho­­je a arrancada de Cuba. Uma de­­co­­lagem que cada vez ganha menos força, apesar de impressionante.

Em 1995, a delegação obteve 112 ouros (Mar del Plata); em 1999, foram 69 ouros (Winnipeg); em 2003, 72 (Santo Domingo); e no Rio, há quatro anos, o número caiu para 59. O cálculo para Guadalajara – 50 triunfos – também prevê um ligeiro declínio.

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