Vinotinto em festa
Se para o Brasil o empate em 0 a 0 foi considerado ruim, para a Venezuela se tratou de um "resultado histórico". Dessa maneira o técnico César Farias classificou o jogo de ontem à tarde, no estádio Ciudad de La Plata. "Sem dúvida que é um resultado histórico na Copa América. A Venezuela quando pôde jogar, jogou, e se defendeu como gladiadores", declarou.
O treinador se envolveu em uma polêmica com o atacante brasileiro Neymar, ao final do primeiro tempo. Para Farias, teria faltado fair play ao time do Brasil. "Eu reclamei, pois me parecia injusto que o Brasil ganhasse um jogo com um gol daquela maneira", disse.
Além dele, os jornalistas do país mostravam igual empolgação nas entrevistas na zona mista. A pergunta era sempre a mesma: foi um resultado histórico? "Sim, sem dúvida, foi um jogo excelente para nós", respondeu o meia Frank Lucena, atleta do Caracas.
Não foi a primeira vez que o Brasil e a equipe Vinotinto empataram sem gols. Na última vez em que se enfrentaram, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo da África do Sul, o placar foi o mesmo.
La Plata, Argentina - A joia decepcionou. Na aguardada estreia pelo Brasil em competições oficiais, Neymar não marcou um carrinho venezuelano desesperado o impediu de chegar às redes, quando a bola já havia vencido o goleiro deu poucos dribles e ainda perdeu a cabeça com os rivais. Mesmo assim, o atacante fez o suficiente para ser escolhido o melhor jogador em campo pela organização do torneio. Situação comum às estrelas foi assim com Messi, diante de uma atuação pífia, na largada da Argentina.
Mais uma amostra da atual fase do santista. Com apenas 19 anos, ele foi o destaque nos títulos do Campeonato Paulista e da Libertadores do Santos, é o principal nome da seleção brasileira na disputa da Copa América. Um exemplo disso foi a gritaria que tomou conta do estádio quando o nome dele surgiu no telão ao centro do gramado, expectativa também revelada pela imprensa estrangeira.
"Não foi a estreia que eu queria em competições oficiais pela seleção. Eu queria bem mais. Queria a vitória, queria um gol, não foi assim. Criamos chances, mas não concluímos bem. Mas vamos trabalhar para a próxima", declarou o jogador, cercado por uma montanha de jornalistas na zona mista do estádio Ciudad de La Plata.
Neymar também se envolveu em uma confusão durante o duelo. Por conta de um lance em que teria faltado fair play aos brasileiros, no fim do primeiro tempo, o jogador santista acabou ofendido por César Fárias, técnico da Venezuela.
"Ele veio me xingando, falando um monte de coisas, mas eu não entendo nada. O Mano estava atrás, entendeu e houve confusão", declarou o atacante.
Diante dos palavrões, o treinador da seleção brasileira decidiu intervir, o que resultou em um empurra-empurra na entrada para os vestiários. "Ele não tem o direito de conversar com o Neymar. Eu tenho esse direito. Então fui lá e o tirei de lá. Porque quem dá dura nele, se tiver de dar, sou eu", afirmou Menezes.
Fora de campo, o astro também não passou ileso. O presidente do Barcelona, Sandro Rossel, assistiu ao jogo acompanhado de Ricardo Teixeira, presidente da CBF. Foi o suficiente para despertar a suspeita de que ele pode acabar jogando contra o Peixe na disputa do Mundial do Japão, ao final do ano.
Rosell viajou de Buenos Aires até La Plata hoje no ônibus da seleção.
No momento, o Real Madrid é o principal interessado no futebol do atleta. Para levá-lo, no entanto, os espanhóis precisam pagar a multa de 45 milhões de euros (cerca de R$ 102 milhões).
Diante das sondagens que não param de chegar, o Santos prepara um plano para mantê-lo na Vila Belmiro até a Copa do Mundo no Brasil, em 2014.
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