
"Ano sabático", na sua origem, é aquele em que a terra não é cultivada para que o solo se recupere e esteja pronto para um novo ciclo de seis anos de plantio. 2009 foi esse ano de recesso para o triatleta paranaense Juraci Moreira, que, depois dos Jogos de Pequim (2008), engavetou o passaporte e priorizou as competições nacionais.
Em 2010, ele começa seu ciclo de "plantios": volta aos embarques internacionais em busca de pontos no ranking mundial para assegurar, daqui a três anos, a vaga para sua quarta Olimpíada, em Londres-2012. "Estou acostumado. Para chegar aos Jogos sempre foi assim: um ano de descanso e outros de muita competição fora", diz Juraci, que vai disputar as sete etapas do Circuito Mundial da ITU (União Internacional de Triatlo, na tradução em português).
O desafio começa em 7 de janeiro, na Copa Continental de Viña Del Mar, no Chile, prova que venceu em 2008. A disputa não faz parte do Circuito Mundial, mas soma pontos. Ao todo, disputará 13 provas no ano, em diferentes paisagens: Austrália, Japão, Coreia do Sul, Espanha, Áustria, Inglaterra, Alemanha, Hungria, México. No Brasil compete apenas o Mundialito de Fast Triathlon, em 17 de janeiro, e o Sesc Triathlon de Caiobá (7/3).
A definição do calendário levou em conta o fator financeiro: Juraci vai disputar provas que seus patrocinadores banquem. "Não sei o valor exato, estimo que gasto cerca R$ 100 mil ao ano para competir. Não é exagero dizer que um ciclo olímpico custa quase meio milhão de reais", calcula.
O triatleta diz considerar o "ano sabático" de 2009 muito bom, apesar de não ter atingido a meta de vencer as sete etapas do Troféu Brasil, principal circuito de triatlo da América do Sul. "Descansei, vim para Cam pina para treinar, casei (em outubro, com a triatleta amadora Isabella Negrão), formei-me sargento do Exército para competir os Jogos Mundiais Militares em 2011", enumera.
A tendinite crônica no tendão de Aquiles foi um dos fatores do desempenho aquém do esperado. "Ela me acompanha há tempos. Fiz três provas seguidas (o Fast Triathlon, o Sesc Caiobá e o Internacional de Santos, todas em fevereiro). Foram três pauladas seg uidas e o tendão não aguentou", conta.
Para evitar novas lesões em 2010, tem dado mais atenção ao pós-treino e o máximo de repouso entre os treinamentos e as provas para evitar novas lesões. "Estou com 30 anos, mais cansado, tento agora não competir toda prova que aparece", diz.
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