A contratação do ex-coxa-branca Thiago Real pelo Palmeiras, há 20 dias, reascendeu uma inusitada situação envolvendo o jogador e o Coritiba há cinco anos. O momento mais difícil da carreira do atleta acabou sendo recompensando exatamente na transferência entre os alviverdes paranaense e paulista.
Atleta da base do Coxa, o jogador sofreu uma lesão no ombro direito em 2007 e precisou ser submetido a uma cirurgia. O clube se negou a custear os R$ 18 mil do procedimento. "Eles me enrolaram por três meses e eu resolvi pagar. Na época, foi horrível, eu ganhava pouco, minha família era humilde, tive de dar meus pulos. O meu ex-empresário pagou R$ 8 mil; e eu, R$ 10 mil", relembra Thiago Real.
Segundo o atleta, a justificativa dada pelos dirigentes foi a crise financeira enfrentada pelo clube, então na Série B nacional. Para compensá-lo pela falta de apoio, o Coxa cedeu para o meia 40% de seus direitos econômicos. Como já tinha 30%, Thiago ficou com 70% porcentagem reduzida em 2010, por um novo contrato, resultando em 60% para o jogador e 40% para o clube.
No fim do mês passado, o jogador negociou 35% dos direitos econômicos com o Palmeiras, por R$ 500 mil. "No final, acabou sendo espetacular para mim", resume.
Apesar de o Coritiba ter desprezado uma maior participação nos direitos do prata da casa, o superintendente de futebol do Coxa, Felipe Ximenes, garante que o clube "não perdeu dinheiro" com a ida do meia para o Palestra Itália. O Coritiba não confirma as cifras, mas teria recebido praticamente o mesmo valor pago a Thiago Real, mesmo negociando apenas 15% dos direitos que possuía.
Empurra-empurra
Supervisor de futebol do Coritiba em 2007, Maurício Cardoso alega ter sido procurado pelo atleta, pois ninguém dava solução no jogo de empurra-empurra. "A palavra final era do presidente. O [Giovani] Gionédis se preocupava em pagar os salários e o resto passava", diz. O ex-presidente garante que não teve conhecimento da polêmica envolvendo a cirurgia não custeada. Já o coordenador de futebol, João Carlos Vialle, não foi encontrado pela reportagem.
Segundo o juiz do Trabalho e professor da UniCuritiba, Eduardo Baracat, apesar de incomum, não existiu problema jurídico na transação (da troca dos direitos pela falta de pagamento da cirurgia), constituindo apenas uma mudança de contratos. "A princípio não há ilegalidade", explica.
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