| Foto: Antonio More/ Gazeta do Povo

Surpreso com a repercussão negativa da proposta que isentaria clubes de futebol do pagamento de IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) em troca da renegociação de dívidas com a Prefeitura de Curi­­tiba, o vereador Paulo Rink (PPS) cogita arquivar o projeto de lei.

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"Estou tomando porrada de todos os lados, mas estou tranquilo porque a proposta é para aumentar o investimento no esporte", fala Rink, que encerrou a carreira de jogador em 2007 e se elegeu para a Câmara Municipal em 2012, com 5.625 votos.

De acordo com enquete feita pela Gazeta do Povo ontem, 83% dos internautas (1.382 votos) são contrários ao projeto, contra 17% (231 votos) que são favoráveis à ideia do ex-atacante.

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Caso seja aprovada, a lei municipal poderia aliviar em cerca de R$ 200 mil a folha de pagamento de Atlético, Coritiba e Paraná juntos. Atual­­mente, segundo a Lei de Incentivo ao Esporte, entidades sem fins lucrativos já podem reduzir dois terços do IPTU se destinarem o restante do valor a projetos esportivos. Confira a entrevista com o vereador:

A reação da opinião pública sobre o projeto te surpreendeu?

Estou tomando porrada de todo o lado, mas estou tranquilo porque a proposta é para aumentar o investimento no esporte. Só que o tiro está saindo pela culatra. Vou pensar e amanhã [hoje] talvez eu peça arquivamento. Como ainda é um estudo, então é possível arquivar. Vou conversar com o Pier [Petruzziello, vereador do PTB], que pediu vistas do projeto. Vamos ver o que fazer. Você tem receio de que essas críticas respinguem na sua imagem?

Com certeza. Não preciso disso, não vou ser beneficiado por que vim do esporte. Mexi em um negócio que honestamente está sendo negativo demais. Entenderam errado. Estou levando muito pau no Facebook e no Twitter. Isso desanima porque a intenção é outra. Como funcionaria essa isen­­ção?

Primeiro, os clubes teriam de renegociar todas as dívidas com a prefeitura. Se não aceitarem, não tem isenção. A outra questão é a utilização do patrimônio dos clubes três vezes por ano pela prefeitura. O Atlético poderia, por exemplo, ceder seu centro de treinamento ou o estádio para um torneio de escolas municipais. O Coritiba, o Couto Pereira.

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Você conversou com os clubes antes de propor essa ideia?

Não. Eles são os maiores deve­dores. Estão devendo e não re­­vertem quase nada ao esporte. Hoje apenas um terço do IPTU deles é recolhido, o que deixa o orçamento da SMELJ (Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude) em cerca de R$ 1,2 milhão. Se aceitassem, poderíamos pelo menos triplicar esse valor. Procurei saber quanto os clubes deviam para tentar reverter esse dinheiro e colocar no esporte, foi daí que surgiu a ideia. Por baixo, a dívida supera os R$ 20 milhões.