Classificado à fase semifinal da Copa do Brasil de futebol feminino, o Foz Cataratas rechaça o rótulo de zebra da competição. A equipe da fronteira eliminou o favoritíssimo e atual bicampeão Santos da atacante Cristiane, estrela da seleção brasileira com uma vitória fora de casa (na Arena Barueri) por 1 a 0, na noite de quinta-feira.
O representante paranaense foi formado em fevereiro deste ano e conquistou o Estadual para ficar com a vaga no torneio nacional classificatório para a Libertadores. Apesar de pouco alarde, o time de Foz do Iguaçu conta com jogadoras da seleção em três categorias adulta, sub-18 e sub-17.
"Nossa equipe é muito forte. Não foi surpresa o resultado. Agora, com certeza, vamos de fato brigar pelo título", assegura o técnico Gezi Damasceno.
Contra as Sereias da Vila que estreiam hoje na Libertadores 2010, contra o Caracas-VEN, novamente em Barueri, tentando o bicampeonato , as meninas da fronteira empataram por 1 a 1 em casa antes de a zagueira e capitã Ester marcar o gol da classificação no duelo de volta. O próximo adversário sairá de um sorteio a ser realizado pela CBF após o encerramento da etapa de quartas de final, que ocorre no próximo dia 7. "O trabalho foi feito para chegarmos às finais. As meninas que estão em Foz têm muita qualidade. Algumas já jogaram no próprio Santos", diz Damasceno.
Apesar de representar o estado, o Foz tem poucas jogadoras paranaenses. Em um elenco de 23 atletas, três são da própria cidade, mais a curitibana Daiane Moretti, de 22 anos, meia da seleção brasileira.
A falta de identificação regional do time não é por acaso. A equipe pertence a um grupo paulista e tem a participação do narrador esportivo Luciano do Valle na diretoria.
Aproveitando-se de sua popularidade, ele atrai os patrocinadores para arcar com o investimento de aproximadamente R$ 200 mil mensais na equipe. Entre os apoiadores estão as estatais Caixa Econômica Federal e Itaipu.
Com uma diferença de valores astronômica para os outros participantes do Estadual, o clube da fronteira não teve dificuldades para faturar o torneio (disputado entre junho e julho). O fato gerou a revolta dos adversários que também alegavam que a Federação Paranaense de Futebol permitiu a inscrição do novo clube fora do prazo e culminou com o fim do futebol feminino do Novo Mundo, de Curitiba.
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