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Atolada em escândalos de corrupção, a Fifa pode ter agora a sua eleição para presidente decidida no tapetão. Ontem, o presidente da entidade, Joseph Blat­­ter, ordenou a abertura de uma investigação contra seu único adversário no pleito marcado para o dia 1.º de junho. Moha­­med Bin Hammam, dirigente do Catar e presidente da Confede­­ra­­ção Asiática de Futebol, está sendo acusado de ter pago propinas e viagens de todos os presidentes de federações da Concacaf para uma ilha no Caribe para se reunir com ele. Isso, pelas regras da Fifa, seria ilegal.

Uma audiência extraordinária do Comitê de Ética da Fifa foi convocada para o próximo do­­mingo, três dias antes da eleição em que todos os presidentes das 208 federações de futebol do mundo irão votar. Se for condenado, Bin Hammam teria de abandonar a corrida e deixaria as portas abertas para Blatter obter mais um mandato – ocupa o cargo desde 1998. Pela primeira vez em mais de cem anos de história, a Fifa teria uma eleição decidida nos tribunais, o que para mui­­tos revela o grau de de­­gradação da credibilidade da organização.

O suspeito, porém, denuncia uma "manobra política" por parte do rival suíço, que estaria utilizando a própria entidade ao seu favor para derrubar o único concorrente. Pessoas próximas a Bin Hammam qualificaram a ação da Fifa de uma revanche de Blatter.

O novo escândalo é mais um na longa lista de suspeitas de corrupção em que a entidade se encontra atualmente. Bin Hammam já é alvo de investigação na In­­glaterra por supostos subornos por votos para o Catar sediar a Copa de 2022. Acu­­sações ainda pesam contra o brasileiro Ricardo Tei­­xeira, presidente da CBF, e outros cartolas da Fifa, depois que David Tries­­man, ex-presidente da Associação de Fute­­bol da Inglaterra, os denunciou numa CPI no Parlamento britânico.

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