A voz calma e a fala pausada do zagueiro Gabriel tentam esconder uma tarde que ainda não saiu da cabeça do jogador. Há doze dias, diante do Figueirense, na Vila Capanema, a atuação dele foi decisiva para a goleada sofrida em casa, por 4 a 0, um dos piores resultados do clube na temporada. Metade dos gols dos catarinenses tiveram participação direta do defensor, que, além de cometer dois pênaltis, também foi expulso de campo.
Contra o Atlético-GO, amanhã, Gabriel reencontrará a torcida. Será titular, após sequer fazer parte do banco de reservas na derrota contra a Portuguesa. Para o baiano de Camaçari, no entanto, o jogo tem uma importância que vai além da luta para afastar o Tricolor do descenso. Ele quer apagar da memória da torcida o que considera "a pior partida de sua vida".
"Foi um jogo em que nada deu certo. Acabei falhando como jamais havia falhado na minha carreira. Todos estamos propícios a erros. Errei mas o futebol me deu a oportunidade de dar a volta por cima", garantiu. "Não quero colocar a culpa da minha má atuação no ombro (que estava lesionado). Com certeza foi um fator, mas sei que fui mal", lamentou.
Após um início promissor no Paraná (três vitórias e um gol no primeiros primeiros três jogos como titular), Gabriel junto com o restante da equipe apresentou uma queda de rendimento e muita instabilidade, especialmente dentro de casa.
Apesar disso, o aproveitamento nos confrontos em que o defensor começou jogando (54%) é amplamente superior aos jogos sem ele (29%). Foram sete vitórias, dois empates e cinco derrotas com o zagueiro em campo (23 pontos) e quase metade dos pontos, apenas 12, quando ele não atuou.
Se depender dos números, o retorno do zagueiro à Vila Capanema tem boas chances de arrancar um sorriso do torcedor.
"O Paraná não merece esse sofrimento que vem tendo dentro de casa. Nós jogadores sabemos da nossa capacidade, mas algumas coisas não encaixaram ainda. Independente disso, temos de buscar os três pontos e dar a alegria para que o torcedor passe um fim de semana feliz".
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