Após o tricampeonato da Stock Car, Cacá Bueno pode ganhar um ótimo prêmio de seu patrocinador: um teste na equipe RBR da divisão principal da Nascar americana. A promessa foi feita antes do início da temporada 2009, quando a parceria entre a empresa e a equipe WA Mattheis, de Andreas Mattheis e William Lube, começou. Apesar da atração exercida pela categoria, uma das maiores do mundo, o carioca não pensa mais em fazer uma carreira nos Estados Unidos.
"Há uma promessa do pessoal do meu patrocinador. Antes da primeira etapa, eles falaram que, se eu fosse campeão, testaria na equipe da Nascar. Agora eu vou ligar para cobrar (risos). Mas não é meu objetivo de carreira estar lá. Minha motivação seria mostrar ao público internacional que um piloto brasileiro de turismo pode vencer lá fora. Não é mostrar o meu potencial, e sim do país. Mas como desafio técnico, não faz parte dos meus sonhos", disse.
Mas Cacá Bueno já testou um carro da Nascar. Nos dias 21 e 22 de dezembro de 2004, ele andou pela equipe Richard Childress Racing, uma das maiores da categoria, no Caraway Speedway, em Asheboro, na Carolina do Norte. Ele foi apenas dois décimos mais rápido que o campeão da divisão de acesso da Nascar de 2003, o americano Ron Rornaday. Seu desempenho impressionou os dirigentes, mas o preço pedido pela vaga era muito alto.
"Dei 600 voltas em dois dias. Não esqueço, porque meu pescoço ficou doendo muito por três dias (risos). Mantenho contato com aquela equipe. Eu tinha planos, eles me ofereceram uma vaga, mas era caro demais para uma empresa brasileira pagar. O time nunca deu vaga para um piloto pago, mas abriram uma exceção para mim por causa do teste. Só que o preço era US$ 8 milhões. Era praticamente impossível uma empresa daqui bancar e continua sendo".
Apesar do bom desempenho no teste e da possibilidade de uma nova oportunidade na categoria, Cacá sabe que a tarefa é muito difícil. A Nascar busca pilotos latinos, negros e mulheres, para tentar ampliar o mercado internamente nos Estados Unidos. Contudo, o sonho de ter um piloto brasileiro continua distante.
- O mercado da Nascar é gigante nos Estados Unidos, mas é muito concentrado lá. Mas a busca por uma mulher, um negro e um latino é enorme, para crescer em outras áreas do país. Eles têm até um programa de desenvolvimento para isso. Então, é complicado ter um piloto brasileiro. Dependeria de empresas que tenham um mercado no Brasil e nos EUA e que me apoiassem lá.
Luca Bassani/DivulgaçãoApesar do teste, Cacá Bueno quer continuar na Stock para ajudar a desenvolver o automobilismo no Brasil
E Cacá aposta no potencial do automobilismo brasileiro e da Stock Car. O piloto disse que pretende correr ainda por muito tempo na categoria. Segundo ele, é uma honra poder fazer parte da história dela, entre nomes como Ingo Hoffmann, Paulo Gomes e Chico Serra.
- Quero ficar aqui, competir até quando der, correr de Stock Car. Tenho uma honra tremenda de fazer parte da história da categoria, de ser campeão em Tarumã, na pista onde começou tudo. Acho que meu futuro está aqui. Quero tentar colaborar cada vez mais com o crescimento do nosso automobilismo.
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