Preocupação para alguns, motivo de festa para outros. Após os Jogos de Pequim, os atletas brasileiros se deparam com duas questões: planejar o próximo ciclo olímpico e encontrar patrocinadores para financiar a preparação. Até o primeiro medalhista de ouro da natação verde-amarela espera mais "presentes de Natal" para ficar tranqüilo até 2012.
"O que a gente procura nos patrocinadores são parcerias que não tratem o atleta como um produto e respeitem os horários e as competições. Depois de Pequim, fechei com um patrocinador até 2012, mas espero conseguir outros", afirma César Cielo, eleito o melhor atleta masculino do ano no Prêmio Brasil Olímpico.
Apesar do tricampeonato na Copa do Mundo de ginástica artística, Diego Hypolito não tem motivos para comemorar quando o assunto é apoio financeiro. Grande esperança de medalha de ouro em Pequim, o atleta viu seu tombo na decisão custar caro, literalmente. Perdeu dois dos quatro patrocinadores que tinha antes dos Jogos.
"Aqui no Brasil, falta as empresas acreditarem mais no atleta como um todo. Se elas tivessem um outro olhar, teríamos muito mais resultados", critica.
No entanto, nem tudo é tristeza para aqueles que ficaram longe do pódio na China. É o caso do triplista Jadel Gregório e do nadador Thiago Pereira, que seguem recebendo apoio para buscarem medalhas em Londres.
"No meu caso, está tudo bem. Meus patrocinadores me deram bastante segurança e renovaram meu contrato depois das Olimpíadas", conta Jadel.
Para Natália Falavigna, medalha de bronze no taekwondo, mais do que a quantidade, é importante que os próprios atletas saibam usar com qualidade os patrocínios que receberão para fazer bonito nos próximos quatro anos.
Ampliar Foto Agência/Estado Agência/EstadoNatália Falavigna diz que estrutura melhorou bastante em Londrina, seu local de treinos
"Com minha conquista, posso estruturar melhor a minha equipe, o que me deixa mais confiante. Tenho tudo o que preciso em Londrina (PR). A medalha me ajudou a conseguir muitos recursos, e estou sabendo usar isso a meu favor", acredita.
Nélio Moura, técnico da campeã olímpica no salto em distância Maurren Maggi, lembra que também é importante que os patrocinadores pensem em contribuir para melhorias no esporte.
"Eu já estou vendo melhorias na estrutura. Acredito que a medalha da Maurren vai se multiplicar nos próximos anos. A tendência é que a modalidade melhore como um todo, com mais crianças se interessando pelo atletismo. Sobre a Maurren, posso dizer que temos todos os recursos necessários para o desenvolvimento dela até Londres", comemora.
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