Quatro anos atrás, Bode Miller chamava mais a atenção por sua presença nas pistas de dança do que nas de esqui. O americano, que chegou a confessar ter competido bêbado nos Jogos de Turim-2006, voltou às manchetes neste domingo da forma como queria. No supercombinado, conquistou sua tão sonhada medalha de ouro, superando ainda um certo trauma do "quase". Já tinha subido a pódios quatro vezes em Jogos de Inverno, duas delas em Vancouver - foi prata no super-G e bronze no downhill. Ele, agora, é um campeão olímpico. E os Estados Unidos seguem na liderança do quadro de medalhas.
O domingo também consagrou o suíço Michael Schmid como o primeiro medalhista de ouro do esqui cross, prova estreante nos Jogos e que teve a participação do único jamaicano em Vancouver. Aos fãs de hóquei, um dia de tensão com clássicos. Os americanos venceram os canadenses e quebraram um jejum: não os superavam em Olimpíadas desde 1980.
Trauma do "quase" fica para trás
Em Salt lake City-2002, Miller conquistou duas pratas. Chegou como favorito a Turim, mas decepcionou dentro das pistas. Fora delas, ganhou os holofotes ao ser visto constantemente em boates. Chegou a confessar ter competido bêbado em uma das provas. Na deste domingo, dividiu o pódio com o croata Ivica Kostelic (prata) e o suíço Silvan Zurbriggen (bronze).
"Foi 100% coração", disse Miller.
Suíça brilha na estreia do cross
No esqui estilo livre cross, não faltou emoção. Em cada bateria, quatro esquiadores disputavam uma corrida acirrada, recheada por saltos cinematográficos. Coube ao suíço Michael Schmid a honra de ser o primeiro campeão olímpico da prova. O austríaco Andreas Matt ficou com a medalha de prata, à frente do norueguês Audun Groenvold.
A prova teve a participação do único jamaicano em Vancouver. E Errol Kerr viveu um "momento Isabel Clark" - snowboarder brasileira que, em Turim-2006 terminou em nono, depois de ver suas adversárias caírem. Nas oitavas de final, o jamaicano estava em terceiro quando o alemão Simon Stickl e o norueguês Anders Rekdal, líderes, trombaram. Kerr aproveitou e se classificou para as quartas, feito histórico para o país. Terminou em nono.
Ao sair da competição, Kerr - ele nasceu em Nova York, mora na Califórnia, mas defende as cores da Jamaica para homenagear o pai, que morreu quando ele tinha 14 anos - reclamou da pista, que também é usada para o snowboard feminino. Disse que ela deveria ser mais difícil, feita sob medida para esquiadores.
Rússia e Alemanha comemoram no biatlo
No biatlo, Evgeny Ustyugov conquistou a segunda medalha de ouro da Rússia nos Jogos. Ele completou os 15 quilômetros em 35m35s7, 10s5 à frente do francês Martin Fourcade. O bronze foi para o eslovaco Pavol Hurajat, que chegou com 16s6 de atraso em relação a Ustyugov.
A alemã Magdalena Neuner ganhou o ouro dos 12,5 km, seguida pela russa Olga Zaitseva e pela também alemã Simone Hauswald.
Na patinação de velocidade, em 1.500m, a canadense Christine Nesbitt, favorita, decepcionou a torcida e ficou apenas em sexto. Quem correu para o ouro foi a holandesa Ireen Wust, com 1m56s89. A prata ficou com a canadense Kristina Groves, 0s25 mais lenta. O bronze foi para o pescoço da tcheca Martina Siblikova, com 1m57s96.
Dobradinha alemã nas duplas de bobsled
A Alemanha comemorou em dobro no bobsled. Thomas Florschuetz e Richard Adjei estavam garantindo o melhor tempo depois da quarta descida, mas foram superados pelos compatriotas Andre Lange e Kevin Kuske, que fizeram o percurso em 3m26s65. Os russos Alexsandr Zubkov e Alexey Voevoda ficaram com o bronze.
Vitória americana quebra jejum em Jogos
O ginásio do hóquei em Vancouver ficou lotado durante todo o dia, um dia de clássicos continentais. A Rússia derrotou a República Tcheca por 4 a 2 e, no jogo mais esperado, vitória dos Estados Unidos sobre os donos da casa, por 5 a 3. O triunfo marcou a quebra de um jejum: desde 1980 os americanos não venciam os canadenses em Jogos Olímpicos.
Os EUA entraram em quadra vaiados pela torcida, mas abriram o placar nos primeiros minutos do primeiro tempo. Os canadenses empataram, e o jogo seguiu equilibrado até os 7 minutos do terceiro tempo, quando o time americano fez 4 a 2.
A três minutos do fim, o Canadá marcou mais um gol, com Sidney Crosby. Empurrada pela torcida, a seleção da casa correu atrás, mas o tempo era curto. O golpe final veio a 44 segundos para o fim, em um contra-ataque pela esquerda. O goleiro canadense estava no ataque, e os americanos não tiveram trabalho para fazer o quinto gol.
No jogo seguinte, a Suécia bateu a Finlândia por 3 a 0.
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