Durante cinco dias, a piscina do Parque Aquático Maria Lenk foi palco de disputas acirradas, conquistas de índices, recordes sul-americanos e até recorde mundial, na competição brasileira que leva o nome da instalação. A partir desta segunda-feira, entretanto, a euforia dará lugar a um silêncio que, provavelmente, reinará por mais um ano.
Desde o Troféu Maria Lenk de 2008, nenhuma outra grande competição esportiva foi realizada no parque aquático construído para o Pan Rio 2007 e batizado com o nome da primeira brasileira a disputar uma edição dos Jogos Olímpicos. Segundo o próprio representante do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) responsável pela administração da instalação, Paulo Laranjeira, o lugar só recebeu as provas de natação dos Jogos das Forças Armadas, em novembro. O alto custo para alugar o espaço seria o principal motivo para escassez de competições.
"Cobramos de acordo com os serviços públicos que são necessários. Aqui, tudo tem de ser pago. Cada competição precisa de gás, energia, água. Então, sai caro", explicou Laranjeira, evitando falar em números.
Para não dizer que a instalação esteve todo o tempo de portas fechadas, algumas locações para produções de tv e comerciais publicitários foram feitas. Mas, segundo Laranjeira, o uso do parque aquático para treinamentos não é de interesse dos atletas.
"Nunca recebi nenhum pedido de atletas para utilizarem o espaço. Todos os nadadores têm os seus clubes, têm as suas piscinas. Não é prático para eles se deslocarem de seus clubes para treinarem aqui. Piscina tem em todo lugar, é tudo igual", afirmou.
O supervisor técnico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Ricardo de Moura, entretanto, afirmou que foi elaborado um plano de utilização do Parque Aquático Maria Lenk logo após o fim dos Jogos Pan-Americanos.
"É claro que o objetivo é a sua utilização plena. Foi entregue ao COB um planejamento de ocupação, no qual inclui clínicas, competições, treinamentos das seleções e até escolinhas. Mas nada disso foi realizado até agora. Mas vai ver que não estava de acordo com as ideias deles", destacou.
O Comitê Olímpico Brasileiro disse, através de sua assessoria de imprensa, que projetos estão sendo criados para o local. A entidade também destacou que o parque aquático está sob sua responsabilidade desde março de 2008, quando a Prefeitura do Rio o cedeu por um período de 20 anos. Caso a cidade ganhe o direito de ser a sede do Jogos Olímpicos de 2016, o Maria Lenk receberá as provas de saltos ornamentais e polo aquático. No dia 1º de maio, a comitiva de inspeção do Comitê Olímpico Internacional (COI) visitou a instalação.
"O COB está apresentando o projeto do Centro de Desenvolvimento de Talentos, que será desenvolvido no local e atenderá a 11 modalidades, a algumas empresas para ser contemplado pela Lei de Incentivos Fiscais ao Esporte. Uma operação deste porte, envolvendo tantas modalidades, não pode ser feita sem um estudo prévio detalhado de utilização das instalações."
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