Eleito a revelação do Campeonato Paranaense, o atacante Diego terminou a competição se projetando como uma das principais apostas para a reconstrução do Paraná. Poucos meses depois, porém, tudo mudou. A jovem promessa não tem sido nem sequer relacionada para as partidas da Série B. É o novo cenário do clube: os garotos perdendo espaço para os mais experientes.
"É evidente que vai muito do técnico, que muitas vezes prefere um time mais maduro. Até entendo que nessa competição é assim mesmo", afirma o presidente tricolor Aramis Tissot, em referência à disputa do Nacional. Nas dez partidas em que dirigiu a equipe, o técnico Roberto Fonseca utilizou 23 jogadores apenas o goleiro Luís Carlos oriundo da base.
O camisa 12 só entrou em campo porque o titular Zé Carlos sentiu cãibras no fim da vitória do Paraná por 2 a 1 sobre o Vila Nova (15/7). No começo do ano, Luís Carlos era titular assim como o lateral-esquerdo Henrique, que ainda não foi aproveitado por Fonseca. No Paranaense, ainda atuavam o meia Luisinho e o atacante Kelvin o primeiro retornou ao time juvenil e o segundo se transferiu ao Porto.
Mas ninguém tem a situação mais obscura que a de Diego. O atacante de 19 anos, artilheiro do time no Regional com quatro gols, não esteve nem no banco de reservas nos últimos quatro compromissos da equipe. Ostracismo que tende a aumentar, já que o Paraná acaba de contratar Borebi e ainda busca mais uma opção para a posição.
"O Kelvin no momento em que foi vendido relaxou muito nos treinamentos. O Diego é um grande jogador, mas também já foi vendida uma parte [de seus direitos federativos] para a Traffic. Talvez isso esteja prejudicando", analisa Tissot. No início de junho, a Traffic comprou 50% dos direitos sobre o jovem, que passou a ser vinculado ao Desportivo Brasil. O clube o emprestou ao Tricolor, que ainda tem 20% de participação. O vínculo do jogador com o Paraná vai até dezembro.
Nos últimos anos, o dinheiro da venda de atletas (casos dos meias Giuliano e Everton e do atacante Rodrigo Pimpão) tem sido a principal fonte de receitas do clube. O panorama atual, portanto, traz preocupações ao principal dirigente da instituição: "Isso [a base] é importante, não abandonamos. Eu até acho que se o Diego não vai ser aproveitado deveria ser emprestado. Isso só nos traria vantagem porque iria valorizar o jogador", ressalta Tissot.
A reportagem tentou entrar em contato com Diego, mas não obteve sucesso.
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