Torcida
O atleticano que foi ontem ao Janguito Malucelli teve dificuldades para acessar o estádio, em virtude das poucas catracas disponíveis. Restando ainda 20 minutos para o início do confronto com o Boa, realizado em horário comercial, uma longa fila era vista na entrada pela BR-277, que liga Curitiba a Ponta Grossa.
Como sempre acontece em jogos no local, os torcedores tiveram de estacionar no Parque Barigui, vizinho da praça esportiva. E, desta vez, atravessaram a rodovia com segurança pela passarela instalada logo em frente e aberta no início de agosto. Em fevereiro, o atleticano André Scaramussa Lopes morreu atropelado ao deixar a partida do Furacão com o Roma, no Janguito.
O jogo
Um vacilo do zagueiro Naldo fez o Atlético iniciar a partida já em desvantagem, com o gol de Petrus, aos 7 minutos. No primeiro tempo, o Furacão teve pressa para virar o jogo e pouco criou. Na etapa final, entretanto, Paulo Baier e Marcelo impulsionaram a equipe para a virada.
Na partida que marcou o seu retorno a Curitiba, após nove compromissos como mandante em Paranaguá, o Atlético também reencontrou a vitória. Fez 2 a 1 no Boa Esporte, de virada, ontem à tarde, no Estádio Janguito Malucelli.
O resultado levou o Furacão aos 37 pontos, a apenas três do G4. Significou ainda a recuperação do time depois dos empates com Joinville e Ipatinga na largada do segundo turno.
Os ajustes da praça esportiva no Barigui às exigências da CBF para a disputa da Série B são uma espécie de "última cartada" da diretoria atleticana para o acesso. Em somente 15 dias, foram instaladas arquibancadas tubulares para elevar a capacidade de 3.976 para 10 mil lugares número mínimo exigido pela CBF.
Antes do confronto, uma declaração de João Alfredo Costa Filho, vice-presidente de futebol do clube, dava a medida da importância da manobra emergencial. "Agora eu acho que engrena. Se não engrenar eu não sei mais nada".
Ontem, mesmo em horário comercial, 3.823 torcedores compareceram. A média no Litoral foi de 2.419. Neste ano, o Janguito já havia sido a casa do Rubro-Negro no Paranaense, por três vezes como mandante, 100% de aproveitamento.
Dentro de campo, o triunfo só foi possível graças à contribuição dos reservas Paulo Baier e Marcelo. Do banco, os dois viram o adversário marcar logo aos 7 minutos, com Petrus. E, quando entraram, foram cruciais na reversão do placar na etapa final.
O veterano Baier foi convocado pelo técnico Ricardo Drubscky no intervalo para substituir o volante João Paulo. Cadenciou o toque de bola e participou decisivamente do gol da vitória.
"Quem está no banco tem de entrar e fazer as coisas acontecerem. Não dá para entrar por entrar. Tem de ser algo diferente, incendiar", declarou o meia de 37 anos.
O principal destaque, entretanto, ficou para o jovem atacante, de 20 anos. Marcelo fez o gol de empate, aproveitando o cruzamento rasteiro de Pedro Botelho, aos 7/2.º. Depois, sacramentou a virada. Após cobrança de falta feita por Baier, o goleiro soltou e a aposta de Drubscky aproveitou o rebote para marcar o segundo, aos 18.
Nas duas comemorações, foi ao encontro dos outros "bancários" do Furacão. "A gente fica no banco e brinca que vai entrar e fazer os gols da vitória. Hoje [ontem], consegui fazer isso", afirmou Marcelo.
Não foi a primeira vez que o atacante balançou as redes duplamente em um mesmo jogo nesta Segunda Divisão. Ocorreu também diante do Avaí, outro sucesso por 2 a 1, em julho, na Ressacada.
No entanto, Marcelo não curtiu a boa fase. Logo na partida seguinte, perdeu dois gols incríveis na derrota para o Vitória, por 1 a 0, no Caranguejão. Assim, o desempenho de ontem foi redentor.
"Eu estou muito feliz e espero continuar ajudando o Atlético. Se eu for titular, vou ficar feliz, mas se eu continuar entrando e ajudando também vai ser bom. O importante é que o nosso time continue vencendo", revelou o artilheiro da tarde.
Atlético 2x1 Boa
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