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Certamente as bochechas vermelhas, os ombros encolhidos e as mãos juntas às pernas não fazem parte de nenhuma coreografia do treinamento diário das jovens promessas da ginástica brasileira. Mas ainda serão necessários muitos campeonatos nacionais – como o infantil e infanto-juvenil, que começa hoje, em Curitiba – para que as meninas se acostumem ao assédio que um dia poderão ter se conseguirem trilhar o caminho de seus ídolos.

A timidez não chega a ser um defeito, é algo natural. Afinal, a atleta mais velha da equipe paranaense da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcef) tem apenas 12 anos. E Fran, 11, Frida, 10, Nicole, 11, Braelen, 12, Mariana, 11 e Gabrielly, 11, ainda terão, no mínimo, outros oito anos até realizar o sonho olímpico.

A espera ou a dura rotina diária de treinamentos até lá não intimida as ginastas que treinam no Centro de Capacitação Esportiva (CCE), em toda a estrutura que um dia já foi da seleção permanente. No máximo, dá uma pontinha de ansiedade.

"Fico pensando em como vai ser quando eu crescer", afirma Nicole, a única que participou da conquista por equipes do Brasileiro infantil no ano passado, em Porto Alegre. Mas é bem provável que, das seis garotas parananenses que competirão a partir de amanh㠖 hoje será a vez da ginástica rítmica – poucas disputem uma Olimpíada.

"Desde que cheguei aqui vejo muitos talentos, mas eles somem", conta a ucraniana Irina Iliyashenko, técnica da equipe que é também uma aposta da CBG.

Questões como derrotas ou a rotina de treinamento – de quatro horas diárias –, até mesmo as mudanças psicológicas pela idade são as causas das desistências. "É muito tempo até lá (2016). Se fôssemos pensar em medalha quando elas têm 10, 11 anos, matávamos elas", brinca.

O problema é convencer as ginastas disso. "Eu acho que dá (para disputar já Olimpíada de Londres, em 2012). Já fui segunda no pré-infantil", afirma Fran, 11 anos, que entrou na ginástica após ver Daiane dos Santos na tevê.

Mas não dá, não, Fran

"Em Londres elas terão de ter no mínimo 16 anos. Ou seja, 13 no ano que vem. Mesmo assim, só fariam as primeiras competições fortes no ano olímpico. Faltaria experiência", explica a supervisora da CBG, Eliane Martins. "Mas que elas têm talento, isso têm. São as primeiras que começaram direto com a Irina. E isso faz a diferença."

Serviço

Hoje as competições da ginástica rítmica infantil começam às 10 h e vão até às 16 h. Amanhã, ginástica artística feminina infantil, masculina infanto-juvenil, e GR, das 9 h às 19 h. Domingo, todas as finais, das 9 h às 11 h. O Campeonato Brasileiro ocorre no Centro de Capacitação Esportiva, Rua Professora Antonia Reginato Viana, 921, Tarumã. Entrada franca.

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