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| Foto: Hedeson Alves/ Gazeta do Povo

Temporada 2010

Faltam dois reforços para fechar o elenco

Enquanto pensa no futuro, o Paraná vai resolvendo o presente aos poucos. Ontem à tarde, anunciou a chegada de mais um atleta, o zagueiro Irineu, vindo do Juventude, que acertou contrato por um ano. É a sexta contratação só nesta semana. Vieram também o goleiro Juninho, o zagueiro Diego Corrêa, o lateral-direito Jefferson, o meia Márcio Diogo e o atacante Douglas.

"Estamos praticamente com o elenco fechado. Temos mais dois atletas para fechar contrato. Tenho certeza de que é um bom grupo. Esperamos aproveitar jogadores da Copa São Paulo. Não há muitos atletas disponíveis. Após o Estadual, se precisarmos mais jogadores, vamos atrás", comenta o presidente Aquilino Romani. Os dois novos reforços podem ser anunciados ainda hoje. Um novo lateral-esquerdo deve estar entre eles, já que a equipe perdeu Márcio Goiano e Fabinho, este negociado com o Guarani.

Outra questão em andamento é a troca do fornecedor de material esportivo. A Penalty tem até o fim do ano para revelar se pretende ou não permanecer com o Paraná. Ao mesmo tempo, a diretoria já vai costurando um novo contrato. A empresa Kanxa surge como favorita. "Queremos definir tudo antes de falar", diz Romani.

Sobre os locais de treinamento, o Tricolor continuará utilizando o Ninho da Gralha para a sua preparação após a pré-temporada – que inicará no dia 4 de janeiro. Porém, também realizará treinos nos estádios Durival Britto e Érton Coelho de Queiróz. O CT do Geraldo não será utilizado em 2010.

ENQUETE: Qual o fato mais marcante do Paraná em 2009?

ENQUETE: Qual o fato mais marcante do futebol paranaense em 2009?

Entrevista com Aquilino Romani, presidente do Paraná.

Nos sonhos de ser presidente do Paraná, Aquilino Romani via o clube na Primeira Divisão, duelando com as grandes potências do Brasil, amparado por uma Vila Capanema lotada. Eleito para o mais alto cargo do time do coração em novembro, a situação real do Tricolor é bem di­­­­ferente.

Na abertura de seu biênio à fren­­te da instituição, o Paraná passa por grave dificuldade financeira e jogará em 2010 seu terceiro ano de Segunda Divisão. Mas está nesse contraste do imaginário com a realidade a chave de Romani para a sobreviência do Tricolor.

ENQUETE: Qual o fato mais marcante do Paraná em 2009?

"Temos de trabalhar com coisas palpáveis e dentro de um novo conceito. O Paraná mudou muito". Na véspera do aniversário de 20 anos do clube, Romani concedeu entrevista à Gazeta do Povo na sala da presidência, na sede da Avenida Kennedy.

Oportunidade para lembrar dos 20 anos que se passaram – muitos de glórias –, reavaliar o presente de insucessos e projetar um novo caminho para o Tricolor.

* * * * *

Na condição de atual presidente, qual o balanço dos 20 anos de Paraná?

Uma his­­tó­ria bonita. Uma fusão em uma época diferente, em que os atletas praticamente não trocavam de clube. Não existiam os grandes condomínios, os clubes sociais eram poucos. Assim, o Paraná aproveitou a es­­trutura do Pinhei­­ros e largou sendo pentacampeão. Mas talvez não acompanhou algumas coisas.

Quais as perspectivas reais de crescimento do clube?

Temos de trabalhar em coisas palpáveis e dentro de um novo conceito. O Paraná mudou muito. Que­­remos construir o estacionamento para a sede da Av. Kennedy, que revitalizaria o social, preparar a es­­trutura do Paraná para a Olím­­pia­­da no Brasil. Temos de fazer atle­­­­tas dentro de casa, dois a três por ano, só assim poderemos competir.

Como estão as finanças? O clube deve fechar o ano com cerca de R$ 3 milhões de déficit?

Até quero sugerir que o presidente seja empossado em janeiro para passar o fim de ano mais tran­­quilo. É uma brincadeira. Eu sabia das condições. Será um início de ano espinhoso, mas gosto de desafios. O déficit, pelo tamanho do Paraná, não é muita coisa. E temos de considerar a valorização de patrimônio do clube nos últimos anos.

Os salários em atraso serão pa­­gos? O senhor tirou dinheiro do bolso para amenizar a situação?

A diretoria não tem de colocar dinheiro do bolso para sanar os problemas. O que foi estipulado é que até o dia 22, 23 de dezembro se pague tudo que estamos devendo. É chato isso, é difícil, mas, infelizmente, faz parte.

Sobre as parcerias com o futebol, como está a situação? A L.A. Sports, com a saída de grande parte de seus jogadores, está afastada?

Fico triste quando sempre se cita só a L.A.. Nós temos parcerias com outros empresários, a Zetex é um parceiro bom, pessoas em São Paulo, como todos os clubes. In­­felizmente, não foi possível manter alguns atletas (goleiro Zé Carlos, zagueiro Gabriel e meia Davi). Sempre digo, quando for importante um atleta para o clube, o ônus for o salário e ficarmos com um percentual, vamos fazer parceria com quem for.

Como está a captação de recursos?

Existe um compromisso de campanha. Hoje (ontem) era para ter um jantar com empresários querendo patrocinar o clube, mas foi adiado. Mas acredito nos grandes paranistas que têm compromisso com o Aramis (Tissot, vice-presidente de futebol).

O Paraná está se aproximando mais de suas categorias de base?

Até a vinda do treinador (Marcelo Oliveira) foi pensando nisso. Va­­mos fazer mais treinos lá, acompanhar um negócio que é do clube. De lá vão sair os atletas que nos da­­rão recursos. E ter um elenco caseiro, que valoriza mais a camisa que os atletas que vêm de passagem. O vice-presidente Luiz Carlos de Souza vai ficar próximo disso e a partir de janeiro vou pensar em mais uma pessoa para trabalhar com a Base.

Qual o impacto do rebaixamento do Coritiba para o Paraná?

Lamentamos. Tínhamos três times na elite e hoje temos um, escapando por pouco ainda.

O rebaixamento do Coxa levantou também a questão das torcidas organizadas. Como vê isso?

A torcida tem de estar preocupada em torcer. Sou contra baderna, isso é terrível. Não temos problema com a Fúria (Independente).

Assumindo o clube diante dessa marca de 20 anos, e na situação em que ele se encontra, é uma responsabilidade, um orgulho ou uma dificuldade?

Gostaria de ser presidente do Pa­­raná na Primeira Divisão, mas não é demérito nenhum estar entre os 40 clubes do Brasil. É um desafio e uma honra.

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Leia amanhã: Especial sobre os 20 anos do Paraná Clube.

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