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A denúncia sobre o suposto pagamento de "mensalão" na arbitragem paranaense continua movimentando os bastidores do futebol estadual. Após a reportagem veiculada no canal ESPN no último domingo, o autor da denúncia, Sílvio Gubert, foi afastado da diretoria do Operário, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) declarou caça aos envolvidos e os árbitros estão se sentindo humilhados.

O ex-presidente da Associação dos Árbitros Paranaenses, Francisco Carlos Vieira (Carlão) demonstrou toda sua indignação. "É tudo muito estranho. Uma pessoa sem nível algum, sem compromisso verdadeiro com o esporte e com uma mente pobre, fala besteira e acusa todos os árbitros de uma federação. Isso é um absurdo", disse Carlão.

O presidente do Conselho Deliberativo do Operário, Sílvio Gubert, declarou, "sem" saber que a câmera estava ligada, que os times são obrigados a pagar um dinheiro extra ao trio de arbitragem, para que o clube não seja prejudicado. Uma pessoa identificada como "bruxo" seria quem arrecadava o suborno.

De acordo com Carlão, arbitro há mais de 20 anos, o "bruxo" pode até existir, mas não tem vínculo nenhum com os árbitros. "Eu não duvido que alguém esteja fazendo esse tipo de cobrança, mas não é nenhum árbitro do nosso quadro".

Se a associação ou sindicato não tomar uma atitude, o árbitro Francisco Carlos Vieira disse que vai buscar seus direitos individualmente. "Sou um pai de família. Tenho duas filhas e sou presidente da igreja do meu bairro. Não posso ter a minha honra pisoteada dessa maneira irresponsável. Ninguém tem idéia de como é cruel ouvir piadinhas maldosas e ser chamado de "gaveteiro" onde quer que se vá. Vou processar o Gubert", disse Carlão.

Perguntado sobre um possível envolvimento do presidente da FPF com o escândalo, Carlão foi categórico. "Duvido. Ele mudou muito. Está aberto ao diálogo e tentando reerguer o futebol paranaense". E ainda concluiu: "Se o dirigente do Operário fez isso para aparecer, foi burrice. Seria muito melhor aparecer pelo seu trabalho, ou seja, trazendo de volta o Operário para a 1.ª divisão".

Sindicato

O Sindicato dos Árbitros do Paraná é a entidade representativa máxima da categoria no estado. Seu presidente, Amoreti Carlos da Cruz, defende os sindicalizados. "A denúncia do dirigente do Operário foi contra o tal de "bruxo", e não aos árbitros do estado".

Segundo o Cruz, o sindicato não tem o que fazer para defender os árbitros, pois a FPF não reconhece a entidade como órgão representativo. "Não podemos fazer nada junto à Federação, afinal eles não nos reconhecem como representantes. Somos uma categoria independente e não somos amparados financeiramente por eles, por isso não somos respeitados", disse.

O chefe da Seção de Inspeção da Delegacia Regional do Trabalho, Luiz Fernando Brusnaro, explica a diferença entre a associação e o sindicato. "Quem tem legitimidade e pode oferecer respaldo jurídico aos árbitros é o sindicato, já que podem inclusive agir processualmente representando a categoria", afirmou.

Contudo, problemas políticos e internos podem prejudicar a defesa dos árbitros. "Já convidamos a FPF para participar de nossas reuniões informais, mas eles nunca vieram. Eu vejo que há um temor em relação a um possível fortalecimento da categoria", disse Brusnaro.

O presidente do sindicato acredita que os culpados devem ser encontrados. "Foi uma denúncia leviana e, até agora, sem provas. Não duvido que alguém da federação possa cobrar o mensalão, mas nunca tinha ouvido falar nisso e garanto que nenhum árbitro está envolvido", concluiu Cruz.

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