O Operário, carinhosamente chamado de Fantasma, costumava assombrar os rivais no Campeonato Paranaense, especialmente nas décadas de 50 e 60, pelo futebol competitivo. Agora, quem fica de cabelo em pé por ter de encontrar o time de Ponta Grossa em campo é o árbitro.

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Depois do escândalo protagonizado pelo presidente do Conselho Deliberativo do clube, Sílvio Gubert, que admitiu o pagamento de propina para evitar que o clube fosse prejudicado pelos homens de preto, todos os movimentos dos apitadores serão minuciosamente observados. Se o "policiamento" da atitude dos juízes será reforçado para toda a rodada do fim de semana, o foco será ainda maior no duelo que envolve o pivô de toda a confusão.

Sorteado para comandar o confronto do Alvinegro com a Portuguesa Londrinense, domingo, às 15 horas, Nilo Neves de Souza Júnior procura encarar a situação com tranqüilidade. Mas sabe que qualquer erro em Londrina pode servir de argumento para complicar ainda mais a imagem já arranhada da categoria no estado.

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"A responsabilidade de apitar um jogo como este fica maior depois da confusão. Até porque qualquer falha pode agravar a crise. Vamos ter de apitar cada lance o mais em cima possível para inibir controvérsias e, de repente, até calar a boca de quem vem acusando a gente", comentou.

Segundo ele, porém, o desenrolar da história durante a semana mostrou que não há envolvimento da arbitragem no esquema. "Ficou claro que, se existe isso, é coisa de pessoas de fora, não de árbitros", disse ele.

Gol anulado

Nilo anulou o gol de empate do Prudentópolis contra o mesmo Operário, dia 14 de agosto, aos 47 minutos do segundo tempo, mas diz que o episódio não o coloca ainda mais em evidência. "É coisa da paixão. Naquele momento, os dirigentes não gostaram, reclamaram, mas depois todo mundo viu pela tevê que não havia nada de ilícito na minha atitude", afirmou. "Estou muito tranqüilo. A gente se prepara para isso."