A nossa retrospectiva
Fim de ano traz o obrigatório ritual da reflexão e da projeção. Reflexão sobre tudo o que foi feito nos 12 meses anteriores. Projeção daquilo que pode melhorar nos 12 seguintes. É seguindo essa lógica que a Gazeta do Povo Esportiva de hoje foi concebida. Uma edição especial, com o melhor e o pior de um ano de trabalho duro para quem cobre esporte.
4 dias
O estudante de Direito João Henrique Vianna passou internado antes de morrer, vítima de atropelamento nas cercanias da Baixada, após o Atletiba de 25/10. Atleticano, ele voltava do Couto Pereira quando foi atingido pelo carro de um coxa-branca.
No dia 31 de maio, o torcedor atleticano pôde, enfim, considerar o seu estádio na Copa do Mundo de 2014. Após uma longa e desgastante candidatura, ameaçada no início pelo projeto Pinheirão, a Arena e Curitiba foi confirmada no Mundial brasileiro. A alegria logo deu início a uma nova corrida, por dinheiro. O orçamento estimado para o estádio, em torno de R$ 137 milhões, é grande demais para o bolso rubro-negro. Marcos Malucelli, presidente do clube, logo avisou: o Atlético não se endividará pela Copa. Na prática, significa que o Furacão quer garantias estatais para oferecer sua casa ao torneio dentro das exigências da Fifa. Caso contrário, bancará apenas o necessário para atender às suas necessidades no Caldeirão.
Rotina incômoda - 18% (foto 1)
Pelo quarto ano seguido, a tarefa do Atlético no Campeonato Brasileiro foi lutar para não cair. A mediocridade da campanha pode ser resumida pelas 17 rodadas (11 consecutivas) em que o clube terminou na 14ª posição. Menos sofrida que no ano passado, a permanência foi garantida graças a Paulo Baier. Do pé direito e até da cabeça do camisa 10 saíram a maioria dos gols rubro-negros no Nacional, seja com assistências ou balançando a rede. Performance mais que suficiente para transformá-lo em ídolo rubro-negro e garantir a prorrogação do contrato até o fim de 2010, com direito a voz na contratação de jogadores. O alívio definitivo veio somente na penúltima rodada, com um 2 a 0 sobre o Botafogo.
Futuro garantido - 12% (foto 2)
Desde a promoção conjunta Jadson e Fernandinho ao time profissional, em 2003, o CT do Caju não apresentava uma safra tão promissora. Manoel, Patrick, Marcelo, Santos, Carlão, Raul, Ronaldo, Carlão, Willian e Fransérgio foram nomes que rapidamente grudaram na memória do torcedor atleticano. Com eles, o Furacão chegou pela primeira vez em sua história à final da Copa São Paulo. A derrota para o Corinthians na final não foi capaz de abalar uma campanha com momentos épicos, como o 5 a 4 sobre o Cruzeiro ou a vitória sobre o São Paulo, na semifinal. O desempenho surpreendente aumentou a pressão pelo uso dos garotos no profissional. Enquanto o time sobrava no Paranaense, a promoção ainda foi gradual. O sufoco no Brasileiro, porém, transformou a molecada em solução imediata. Fogueira à qual, por ora, só Manoel sobreviveu ileso.
Carimbado - 10% (foto 3)
"Nós vamos carimbar o centenário do Coritiba". Marcos Malucelli cumpriu a promessa de campanha, e, quatro anos depois ,o Atlético voltou a comemorar um título estadual. Beneficiado pelo supermando e com dois pontos extras, o Rubro-Negro ainda teve a generosa ajuda do rival, que se esforçou para perder o título. A taça foi assegurada na rodada final, com um 2 a 0 sobre o Cianorte. Último momento de glória para a base que escapou do rebaixamento no passado. Em especial para Geninho, que pediria demissão logo no início do Brasileiro, e Rafael Moura, artilheiro e craque do Estadual, afastado durante o Nacional, em um pacote que ainda incluía Netinho, Zé Antônio, Alberto e Antônio Carlos.
A nova cara do poder - 10% (foto 4)
Por uma década e meia, o nome de Mário Celso Petraglia esteve ligado a todas as decisões no Atlético. Em 2009 foi diferente. Eleito com apoio de MCP, Marcos Malucelli anunciou o rompimento com o dirigente em fevereiro. Segundo Malucelli, ele estaria sendo atacado na internet pelo ex-aliado. Reduzido a conselheiro, Petraglia teve cassado o direito acertado durante a campanha de representar o clube em negociações com a tevê, Clube dos 13, CBF, Copa 2014 e na venda de jogadores para o exterior. Fechado por quase três anos, o CT do Caju também voltou a ser aberto para a imprensa. As parcerias das categorias de base foram desfeitas e até o valor recebido em transferências começou a ser divulgado em sites.
Decepção - 3% (foto 5)
O julho rubro-negro foi de esperança. Enquanto via o time patinar no Campeonato Brasileiro, a torcida sonhava com o retorno do atacante Alex Mineiro. Sem chance no Grêmio, o herói de 2001 tornou-se solução para o ataque atleticano. Após muitas especulações e desmentidos, Alex enfim foi anunciado. Estreou com derrota, dia 25 de julho, contra o Avaí. Nos quatro meses e meio seguintes, só marcaria uma vez, contra o Atlético-MG. De grande esperança, tornou-se o mico do ano na Baixada.
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