O Brasil pode voltar a fazer parte de uma Copa do Mundo. Organizadores da campanha para sediar a competição em 2030 admitiram que estudam envolver a região Sul do País no projeto. O obstáculo, por enquanto, é político, com presidentes da região resistindo à ideia de usar o território brasileiro no torneio.
A campanha para 2030 começou com Uruguai e Argentina, como forma de celebrar os cem anos dos Mundiais da Fifa – o primeiro foi realizado em 1930 em território uruguaio. Mas diante da constatação de que faltariam estádios e o custo para promover o torneio poderia ser pesado, foi fechado um entendimento para que o Paraguai também faça parte da candidatura. O acordo foi estabelecido entre os governos dos três países.
Ainda assim, existem dúvidas sobre a capacidade dos três países do Cone Sul em receber o novo modelo de Copa do Mundo. A partir de 2026, serão 48 seleções, num evento que ganha uma nova dimensão e vai exigir dezenas de campos de treinamentos, hotéis e, claro, um número maior de estádios.
A reportagem apurou que entre integrantes da cúpula da Conmebol existe a ideia de que o Sul do Brasil poderia ser envolvido no projeto. Entre os cenários sob debate de alguns dirigentes estão o uso de campos de treinamento e bases para seleções ou até mesmo estádio para algumas partidas da primeira fase, ajudando a reduzir a pressão sobre o número limitado de arena nos três países.
Somente em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, há duas arenas modernas em condições de receber uma Copa do Mundo. O Beira-Rio, que aliás foi palco de partidas no Mundial de 2014, além da Arena Grêmio. Em Curitiba, no Paraná, a Arena da Baixada também se enquadra nos critérios da Fifa.
O que parte dos dirigentes defendem, porém, não é alvo de consenso político. No governo do Uruguai, a presidência é contrária à inclusão dos brasileiros na “festa’’.
Na CBF, um envolvimento é ainda considerado como prematuro. Além disso, colocar o Brasil numa candidatura oficial poderia ser um obstáculo, já que se criaria questionamentos depois de pouco tempo de um Mundial no País.
O que a CBF espera é que seleções estrangeiras escolham o Sul do Brasil como eventuais sedes e que a região seja base para parte da organização.
O temor dos sul-americanos é de que, com uma candidatura frágil, poderão perder a ocasião, principalmente se tiverem de concorrer contra a China. Pequim já indicou que quer a Copa do Mundo e, desde já, começa a participar da Fifa como patrocinadora.
Inchaço reforça a ideia ‘sulista’
O que os sul-americanos também reconhecem é que a nova dimensão da Copa com 48 seleções tem criado um desafio até mesmo para México, Canadá e Estados Unidos, que querem o evento em 2026.
Pelo novo plano da Fifa, as 48 seleções serão repartidas em 16 grupos de três seleções cada. Se a entidade admite que o Mundial expandido vai garantir um aumento de renda de US$ 1 bilhão, ele também vai exigir uma nova estrutura para receber um número recorde de atletas e de torcedores.
Entre os três países candidatos para 2026, os dirigentes consideram que contam com 40 ou 50 estádios que poderiam sediar os jogos, a grande maioria deles nos Estados Unidos. De acordo com a Fifa, pelo menos 12 sedes serão necessárias.
A proposta de proliferar sedes, porém, vai contra a ideia de entidades do esporte que, diante de críticas, vêm tentando minimizar o impacto desses megaprojetos.
Uma decisão sobre a sede de 2026 será tomada em maio de 2020, ainda que os norte-americanos queiram antecipar uma votação. Para 2030, a decisão poderia ser tomada em quatro anos, ou seja, um ano antes da realização da Copa do Catar
Partidos iniciam estratégias para eleições presidenciais de 2026 apesar de cenário turbulento
Congressista americana diz que monitora silenciamento da liberdade de expressão pelo STF
Com Milei na presidência do Mercosul em 2025, vitória da esquerda no Uruguai alivia Lula
China vai chegar a 48 mil km de trilhos de trens de alta velocidade, mas boa parte ficará ociosa