O heptacampeão da Volta da França, Lance Armstrong, teme ser atacado por espectadores no seu retorno à prova, ano que vem. "Há algo agressivo, emoções raivosas (na França). Se você acreditar no que lê, minha segurança pessoal pode estar em risco. Ciclismo é um esporte disputado em estradas abertas e os espectadores ficam logo no acostamento. Eu tento acreditar que essas pessoas, mesmo que não gostem de mim, deixem a corrida em paz", afirmou.

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Questionado sobre o que o faz acreditar que possa ser atacado violentamente na edição de 2009 do Tour, Armstrong disse: "Há diretores de equipes francesas encorajando pessoas a irem para a estrada... cotovelo a cotovelo. É algo muito emocional e tenso."

Armstrong diz ter compartilhado sua preocupação com o ex-ciclista belga Eddie Merckx, que, quando tentava conquistar o hexacampeonato da prova, em 1975, foi agredido por um espectador com soco na região dos rins, que provocou sua queda.

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"Eddie Merckx teria vencido seis Voltas da França se não tivesse sido atacado. Acontece com o melhor de nós. Eddie quebrou uma costela, caiu e ficou fora da prova. Tento não pensar que isso possa se repetir", declarou.

O americano também contestou as controvérsias de doping que deixam uma sombra sobre o seu currículo. "Entendo que as pessoas na França e no ciclismo tenham essa percepção, mas a realidade é bem diferente disso. A quantidade de exames a que eu fui submetido ao longo da minha carreira pela imprensa ou pelas autoridades antidoping é incomparável. Não tenho medo de nada. Não tenho nada a esconder. Ganhei sete vezes a Volta da França com trabalho duro", afirmou.

Ivan Basso e Jan Ullrich, segundo e terceiro colocados na última Volta da França vencida por Armstrong, em 2005, foram flagrados em exames antidoping posteriores. A própria lisura das conquistas do norte-americano foi colocada em dúvida quando, no mesmo ano, o jornal L’Equipe revelou que uma amostra de urina do ciclista, recolhida no Tour de 1999, teria apresentado sinais de EPO, substância proibida.

"Houve histeria e puseram sua grande comissão independente para investigar (o caso)", disse Armstrong, ressaltando que foi absolvido.

Tradução: Leonardo Mendes Júnior

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