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 | Fotos: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
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Iniciantes

Equipamentos não são caros, diz dirigente

"É preciso desmistificar que é um esporte caro". É a partir dessa afirmação que Gustavo Drizik, presidente da Fepaf, espera que mais praticantes do tiro com arco tenham acesso ao esporte. Segundo ele, com cerca de R$ 500 é possível comprar o equipamento básico para começar a disparar flechas.

Claro que para atingir desempenho competitivo, é recomendado que o equipamento seja de melhor qualidade. Só que isso não é parâmetro para que os resultados apareçam rapidamente. "Não há impedimento para que alguém que tenha adquirido um arco de iniciante tenha desempenho igual ou superior a um arqueiro profissional já nos primeiros dias. O fator limitador definitivamente não é o equipamento. A quantidade e a qualidade da prática é o que vai determinar", segue Druziki.

É o que ainda falta no Brasil. Tradicionalmente, os sul-coreanos são os melhores na categoria de arco recurvo – o mesmo da Olimpíada – e os norte-americanos dominam em arco composto. Apesar disso, os brasileiros somam resultados importantes com arco composto, como o 1º lugar no Mundial em 2006 com Roberval Santos. Entre os que competem na categoria de arco recurvo, a distância é maior, apesar de o país já ter tido atletas finalistas em Mundial.

"Temos [no Brasil] arqueiros para competir entre os 10 melhores do mundo, sem dúvida nenhuma", sentencia Druziki, apostando na evolução natural da modaliade. (GR)

História

A modalidade tem registros na pré-história, mas as regras modernas foram adotadas nos Jogos Olímpicos de 1972, em Munique. Era uma atividade de caça e guerra nos primórdios da civilização.

O mais antigo torneio de tiro com arco registrado, o Scorton Arrow, foi disputado em 1673, em Yorkshire, na Inglaterra.

Algumas competições internacionais utilizam na fase de qualificação o chamado FITA Round, no qual os arqueiros atiram a distâncias de 90, 70, 50 e 30 metros para homens; e 70, 60, 50 e 30 metros para mulheres, disparando 36 flechas. Após isso segue-se do combate em duplas, que determinará o campeão. Outra modalidade é a prova indoor, onde o arqueiro ou arqueira atira dez séries de três tiros a 18 metros.

  • Gustavo Druziki (foto acima) atira com um equipamento moderno. Raul Duwe demonstra o esporte com arco e flecha básicos
  • Saiba mais sobre o arco e flecha no infográfico

A cidade de Campo Largo, tradicionalmente conhecida como a "Capital da Louça", pode ganhar outro título em breve e dessa vez ligado à prática esportiva, mas de uma modalidade pouco difundida por aqui. É o inusitado arco e flecha, que está atraindo vários praticantes e deve formar outros tantos nos próximos anos no município.

O crescimento do arqueirismo na região não é obra do acaso. A impressão é de que tudo conspira a favor. Espaços propícios para treinar, clubes que apoiam o esporte, a única loja exclusiva da prática no Brasil e a sede da Federação Paranaense de Arco e Flecha (Fepaf), tudo isso como vetor na localidade.

Apesar de haver arqueiros espalhados por todo o Paraná, é no município da região metropolitana de Curitiba (30 km a oeste da capital) onde estão mais organizados e unidos. Não por acaso que três atletas locais conquistaram medalhas no Animal Round na categoria Field – modalidade que simula a caça –, realizado no último dia 18 de setembro em Itu-SP, inclusive com quebra de recorde nacional na categoria de arco composto.

"Campo Largo é a única cidade que conta com a estrutura técnica necessária para a realização das três modalidades reconhecidas e formatadas internacionalmente em competições. Temos aqui espaço e estrutura", comenta o presidente da Fepaf, Gustavo Druziki, também campeão paranaense de arco composto em 2010 nas modalidades olímpicas FITA Indoor e FITA Outdoor.

Esse cenário positivo fez com que a prefeitura municipal abrisse os olhos para o esporte. A ideia do poder público, junto com a Fepaf, é tornar a cidade um polo da prática no Paraná. Por enquanto, o apoio oficial se restringe apenas à divulgação e cessão de espaço para o esporte.

O objetivo inicial não é segredo: atrair turistas para a cidade pelo inusitado do arqueirismo. Apesar disso, o secretário municipal de Desenvolvimento Rural e Turismo, Lino Petry, acredita que isso é o embrião para, quem sabe, ter atletas de ponta formados na cidade.

"Estamos iniciando um processo. A intenção é desenvolver a formação de atletas que lá na frente possam ter possibilidade de disputar a Olimpíada. Isso não é tão simples, mas não é impossível. Hoje é um sonho, mas pode se tornar realidade", espera.

Um caminho apresentado por ele é pela expansão do apoio para outras áreas políticas da prefeitura. "Podemos, lá na frente, ter a secretaria de Educação, que hoje abraça as modalidades tradicionais, trabalhando essa questão do arco e flecha. Por que não?", indaga Petry, que não es­­conde o desejo de ver as arquibancadas no parque Newton Puppi abarrotadas no dia 22 de outubro, quando será realizada a última etapa do ano do Para­­naense de tiro com arco.

Esportes | 2:02

Município da região metropolitana de Curitiba pretende desenvolver o esporte, formar atletas e até atrair turistas. A cidade já conta com espaços propícios para treinar, clubes de apoio e a única loja exclusiva da prática no Brasil

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