Pequenos detalhes técnicos separam Curitiba de ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 a probabilidade aumentou consideravelmente com a confirmação da Fifa de que a competição passará por 12 cidades no Brasil. A conclusão partiu de um grupo de arquitetos que se reuniu no fim do ano passado, no campus central da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Os profissionais elaboraram durante o encontro um conjunto de sugestões para adequar o entorno da Arena da Baixada, estádio indicado pelo Paraná para receber os jogos do Mundial o documento será encaminhado até o fim deste mês à prefeitura. "É um absurdo Curitiba não ser a sede. É a cidade mais bem preparada, muito acima das outras capitais", afirma Elaine Zanon, vice-presidente da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura do Paraná (ASBEA PR) e coordenadora-geral do evento. "Há potencialidades excepcionais em Curitiba", complementa Bruno Padovano, coordenador do Núcleo de Pesquisas em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo (Nutau) da Universidade de São Paulo.
Entre as propostas, destaque para a revitalização do Rebouças. No planejamento do grupo, o bairro seria transformado em reduto jovem, explorando a vida noturna. "A proximidade com o estádio atrairia também novos hotéis e, consequentemente, turistas", explica a arquiteta.
O estudo prevê ainda a construção de uma passagem subterrânea de metrô ligando a estação (na Avenida Sete de Setembro) ao complexo esportivo atleticano. "O metrô é essencial", diz Elaine. "O torcedor já sairia dentro do estádio, sem trânsito e sem perigo", acrescenta. A implantação do novo sistema de transporte coletivo, contudo, ainda está na fase de estudos e dificilmente ficaria pronto até 2014.
Outro aspecto levantado diz respeito à participação da população no Mundial. Para Eliane, "é necessário deixar muito claro a contrapartida que a cidade terá sendo sede da Copa". "Existirá um legado muito importante com todas essas melhorias", ressalta ela, convocando os curitibanos a ajudarem na organização. "Não podemos repetir o erro que ocorreu com as instalações dos Jogos Pan-Americanos (em 2007, no Rio de Janeiro). Deixar os equipamentos vazios, sem ter continuidade, não atendendo ninguém", explica Salvador Gnoato, professor de Arquitetura da PUCPR.
A única ressalva, segundo a avaliação, é a falta de estacionamento público para os dias de jogos o projeto paranaense encaminhando à Fifa prevê a criação de uma ampla área de estacionamento para até 8 mil veículos em um raio de 2 km do estádio. "Realmente, não temos nenhum grande problema que inviabilize a candidatura", ressalta Gnoato.