São Paulo (AE) Entre ex-companheiros de trabalho, Edílson Pereira de Carvalho desabou. "Abatido, se controlou ao máximo para não chorar", contou Sidrack Marinho. "Arrasado, para não dizer coisa pior, em situação lamentável. Emagreceu sete quilos", revelou Silas Santana. "Dava até dó de seu estado", comentou Teodoro Castro Lima.
Os três ex-árbitros foram escolhidos pela Federação Paulista de Futebol (FPF) para analisar as partidas suspeitas do Campeonato Paulista. E para isso, visitaram ontem a casa de Edílson, réu confesso no escândalo da arbitragem, em Jacareí, cidade onde a população se envergonha do habitante ilustre.
A comissão deve conversar hoje com o árbitro Paulo José Danelon, que também já confessou participação no esquema de manipulação de resultados dos jogos. Danelon apitou 10 jogos do Paulista deste ano enquanto Edílson esteve em 12. "Estamos analisando os confrontos e ouvindo os juízes, queremos olhar em seus olhos e ouvir explicações", afirmou Sidrack Marinho.
Ontem, Edílson usava bermuda e chinelo, mas estava à vontade apenas na aparência. Pálido, gaguejou e baixou os olhos envergonhado ao contar aos três visitantes que recebeu "apenas" duas vezes dinheiro para mudar resultados. Teria tentado e não conseguido favorecer Corinthians diante do Guarani e América contra o Palmeiras. "Mas os dois times venceram sem precisar de sua ajuda (2 a 0 o primeiro placar; 4 a 1 no segundo)", convenceu-se Silas Santana.
O quadro descrito após as duas horas de conversa apresentava um Edílson triste, à beira da depressão. Ele reafirmou só ter cometido o crime por causa de R$ 30 mil em dívidas e lamentou estar sem dinheiro para pagar prestações atrasadas de seu carro e do imóvel onde mora. "Se sente preso dentro de casa, não pode nem sair à rua por causa da imprensa", disse Sidrack Marinho.
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