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Casa pintada com as cores do time do coração, estabelecimento comercial colorido seguindo a paixão pelo futebol, corpo tatuado com o distintivo da equipe preferida e o símbolo da torcida organizada. A paixão do torcedor não é demonstrada apenas nos estádios a cada rodada dos campeonatos. Há quem prefira colocar para fora o sentimento por um clube em todos os instantes da vida.

Com atitudes que beiram a insanidade, alguns fãs do trio-de-ferro da capital são exemplos do que a paixão por um time de futebol pode fazer. Mesmo que para isso tenham de gastar boa parte do dinheiro que têm.

Esse é o caso de Carlos Chiniski. Trabalhador, simples, não recebe mais do que R$ 500 para para tapar buracos nas ruas de Curitiba. O salário modesto, porém, não o impede de aproveitar o pouco dinheiro extra das férias para transformar seu lar em uma casa literalmente alviverde coxa-branca, da cozinha até a casinha do cachorro.

"Faz quatro meses que pintei. Em abril, estava na hora de trocar a tinta da casa, eu tinha vontade de pintar nas cores do Coxa, mas não sobrava dinheiro. Como eram minhas férias, sobrou. Aí eu meti tinta verde e branca", contou, ao lado da esposa, Marilda, autora da idéia.

"Aqui todos são do Coxa. Tanto ele (Carlos), como as minhas filhas (Thaís e Carla). Quando precisávamos pintar a casa, sugeri que fosse nas cores do time. Até compramos uma estante nova verde e branca para combinar. Ainda faltam o chão, o forro e o muro. Mas quando der também vamos pintar", avisou.

Bar rubro-negro

Estabelecimentos comerciais também não escapam da paixão do torcedor, mesmo que isso possa significar a perda de clientes que preferem o clube rival. O Bar do Furacão, na BR-277, que liga Curitiba ao litoral, é um exemplo deste amor fanático.

"Meu marido é bem fanático. Em dia de jogo ele só se veste de vermelho e preto. Há quatro anos, quando o Atlético foi bicampeão (estadual, contra o Paraná), resolvemos homenagear o time e pintamos tudo", disse Janete Siqueira, casada com Juvenil, proprietário do bar, que, do outro lado do balcão, observava a esposa, ao lado da sobrinha Carolaize e do cachorro Oliver.

A opção explícita pelo Atlético serviu, por algum tempo, para aumentar o movimento no bar. O local virou parada obrigatório para os rubro-negros que descem para o litoral, atraídos pelo estabelecimento com as cores do time.

"Ultimamente nossa freguesia diminuiu por causa desse muro (construído pela concessionária que administra a rodovia). Sempre têm alguns que param aqui, mas são geralmente atleticanos", revelou ela, que mesmo assim, não teme perder possíveis freqüentadores que torcem para os rivais. "Às vezes eles (fãs de equipes rivais) vêm. Até já recebi proposta de pintar metade do bar de outras cores."

Feito tatuagem

Adriano Dawis, funcionário de uma multinaconal e paranista ferrenho, preferiu expressar a paixão pelo seu time no próprio corpo. Tatuou nas costas o distintivo do clube e o mascote da torcida organizada Fúria Independente, mesmo contra vontade dos pais.

"Fiz isso por muito amor ao meu time. Não tem como explicar. Moro com meus pais e eles odeiam a tatuagem. Só mostrei depois de um mês que estava pronta. Mas mesmo contra a vontade deles, vou fazer outra no braço", avisou ele, que, para evitar problemas em casa, recusou-se a posar para fotografias.

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