Ontem, a 11 dias do começo da segunda Copa do Mundo no país, o Brasil se despediu de Marinho Chagas, lateral-esquerdo da seleção brasileira na Copa de 1974, na Alemanha. Aos 62 anos, ele sofreu uma hemorragia digestiva e faleceu às 3 horas da manhã no Hospital de Emergência e Trauma, em João Pessoa (PB). Seu corpo será enterrado hoje em Natal (RN), cidade onde nasceu.
Marinho Chagas morava na capital potiguar, mas estava em João Pessoa para participar de um evento de colecionadores de álbuns de figurinhas da Copa do Mundo. O ex-jogador conversava com outros participantes quando passou mal e começou a vomitar sangue. Com problemas no fígado (sofria de alcoolismo), foi internado às pressas na noite de sábado, mas não resistiu à hemorragia.
Em nota oficial, o presidente da CBF lamentou a morte. "José Maria Marín lamenta a morte daquele que foi um grande jogador, a quem admirava pelas atuações na seleção brasileira e manifesta os pêsames à família", registrou a entidade.
Francisco das Chagas Marinho nasceu em 8 de fevereiro de 1952, em Natal. Começou a carreira no ABC e também vestiu a camisa do América-RN e do Náutico. Mas se destacou para valer no Botafogo, com atuações que o levaram à seleção brasileira. Defendendo o Brasil, jogou 36 partidas entre 1973 e 1977.
Em 1974, foi um dos destaques da Copa do Mundo. Também ficou famoso naquele Mundial pela briga com Leão. O goleiro culpou o lateral pelo gol da Polônia que tirou da seleção o terceiro lugar na competição. Por seu desempenho naquela Copa, Marinho Chagas é considerado um dos maiores laterais da história da seleção, ao lado de Nilton Santos, Júnior, Branco e Roberto Carlos.
Depois do Mundial, defendeu Fluminense, São Paulo, Bangu, Fortaleza, voltou ao América-RN e teve passagens por clubes dos Estados Unidos, onde vestiu as camisas do NY Cosmos, do FL Strikers e do LA Heat. Também defendeu o alemão Augsburg, seu último time como jogador, em 1988. Como treinador, comandou apenas o Alecrim, de Natal.