Lars Grael, Torben Grael, Marcelo Ferreira, Robert Scheidt, Bruno Prada, Alan Adler... a lista de astros da vela inscritos no Mundial da classe Star, que começa às 13h (de Brasília) sábado, no Rio de Janeiro, é grande e impõe respeito. Junte aos nomes da casa os britânico Iain Percy, campeão em 2002, e os americanos George Szabo e Rick Peters, atuais detentores do título, e tem-se uma competição de altíssimo nível.

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Para alguns dos brasileiros, no entanto, não são só os fortes rivais que preocupam. O lixo da Baía de Guanabara, sede de uma das seis regatas do Mundial, é motivo de frequentes queixas entre os velejadores. O niterioense Marcelo Ferreira, acostumado a velejar na Baía, foi um dos que mais reclamaram durante a entrevista coletiva desta quinta-feira, no Iate Clube do Rio de Janeiro.

"A velejada é muito gostosa na Baía, mas tem que desviar de sujeira, e a condição piora muito quando chove. É ruim até para o cartão postal. Seria muito bonito fazer todas as regatas aqui, mas não adianta dizer que a qualidade da água melhorou se a Baía continua com tanto lixo flutuante", ressaltou o único brasileiro bicampeão mundial de Star (1990 e 1997).

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Atual vice-campeão olímpico na classe, Robert Scheidt endossou as críticas de Ferreira.

"Quando a gente chegou para treinar, a chuva que caiu na virada do ano trouxe muita sujeira, e quando você está velejando com vento em popa, não consegue tirar o lixo que se prende na quilha ou no leme. Depois disso, não choveu mais, e a gente não teve muito problema fora da Baía. Dentro, continua sujo, e tem alguma coisa que frustra o velejador é ele dar o máximo e ver que algo de fora está atrapalhando", apontou o campeão mundial de Star ao lado de Bruno Prada em 2007.

Depois da coletiva, Ferreira foi irônico ao sugerir uma possível solução para acabar com lixo na Baía de Guanabara.

"A solução é parar de limpar. Quando a pessoa chegar na praia e não conseguir enxergar o mar, talvez pare de sujar".

A Baía, no entanto, receberá apenas a primeira das seis regatas previstas. As demais serão realizadas em mar aberto.

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Mais difícil do que as Olimpíadas

Com características bem diferentes das adotadas pelos Jogos Olímpicos, o Mundial da Star, que tem poucas regatas e 81 barcos inscritos, é visto pelos principais candidatos ao título como uma competição muito mais complicada, em que a sorte será essencial.

"O torneio tem apenas seis regatas e ninguém pode errar. Uma prova ruim pode acabar com as suas chances. Por isso, é muito importante ter uma boa largada e ter sorte", avaliou Alan Adler, campeão mundial da classe em 1989.

O americano George Szabo, atual campeão ao lado de Rick Peters, concordou.

"Claro que você tem de estar bem treinado, mas é fundamental ter sorte todos os dias. O objetivo é chegar entre os dez primeiros em todas as regatas. Acho que assim poderemos surpreender de novo", disse.

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