A Assembleia Legislativa do Paraná aprovou na tarde desta segunda-feira (22) o pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para acompanhar as obras de infraestrutura da Copa 2014, bem como o repasse de recursos para a Arena da Baixada.
Documentos apontam que as obras de mobilidade para a Copa praticamente dobraram em relação ao orçamento original, chegando próximo de R$ 1 bilhão. Além disso, o ex-diretor jurídico e integrante do conselho administrativo da CAP S/A, Cid Câmpelo Filho, denunciou semana passada a contratação de empresas de familiares do presidente Mario Celso Petraglia nas obras da Arena.
O pedido de CPI foi feito pelo deputado Fábio Camargo (PTB) e teve a adesão de 19 parlamentares, um a mais do que o número necessário. Na semana passada já havia sido aprovada a criação de uma Comissão Especial de Investigação (CEI), com instalação prevista para a próxima semana, após a eleição municipal (domingo 28).
A CPI, contudo, garantiria mais elementos para a investigação. Uma das vantagens seria a possibilidade de intimação, inclusive com uso de força policial, para ouvir de testemunhas. No caso da CEI, o chamamento é feito por convite, que não há obrigaoriedade de ser atendido.
"Como há o limite de cinco CPIs na Assembleia e há três em andamento, nos adiantamos para aprovarmos a criação e ela já está na fila. Se houver qualquer obstrução na CEI, estamos preparador para continuar o acompanhamento via CPI", explicou Camargo. "Por se tratar de pessoas influentes, gestores e de valores exorbitantes, a CPI traz mais confiança para trabalharmos, mas tínhamos de seguir o rito da casa e criar primeiro a CEI", completou.
O parlamentar afirmou já ter elementos suficientes para pedir a nomeação de um interventor para acompanhar a condução da obra e repasses financeiros ao estádio do Atlético. "Pretendemos mostrar isso e ganhar o apoio da sociedade para apresentá-los ao governador [Beto Richa]", acrescentou.