O sentimento de que tudo acabou em pizza no julgamento do suposto esquema de corrupção na arbitragem paranaense deu origem a uma situação curiosa. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) – mais popular sinônimo de pizza no país – será criada na Assembléia Legislativa do Paraná para investigar o caso e evitar a impunidade. A medida foi tomada pelo deputado estadual Barbosa Neto (PDT), que protocolou ontem o pedido.

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"A idéia é moralizar o futebol do estado, bem como a arbitragem. Conseguimos as 18 assinaturas que eram necessárias. Só falta decidir a data e a composição da comissão", comentou. A presidência da casa terá 30 dias para definir os 11 componentes da CPI, que então escolherão o relator e o presidente.

A demora para agir – o escândalo veio à tona no fim de agosto – e o estopim para envolver os deputados no episódio são os mesmos: a falta de atitude do TJD. A decisão dos juízes de punir apenas 4 dos 13 denunciados de participação no esquema, por falta de provas, foi duramente contestada, mesmo com a revisão de quatro absolvições, ontem. "Acreditávamos que o Tribunal faria a parte dele, mas amarelou. Então, resolvemos fazer uma ampla investigação. Algo nunca realizado no futebol paranaense", falou, ressaltando que o órgão presidido por Bôrtolo Escorssim teve sua credibilidade arranhada.

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Para chegar a conclusões mais precisas e comprovar as irregularidades, a Comissão irá ouvir os depoimentos dos envolvidos e pedir apoio do Ministério Público e da Polícia Federal. Segundo Barbosa Neto, será fundamental o apoio popular. "O rumo dessa investigação dependerá muito da nossa capacidade de apurar os fatos, dos documentos que forem colhidos, mas também da colaboração de quem possui provas do que vem ocorrendo", afirmou.

Na opinião do político, já era hora de fazer uma devassa no futebol. "Há anos surgem denúncias que não são devidamente analisadas", concluiu Barbosa Neto.